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A fascinante história da moda: Parte I


Conhecer a evolução da moda é algo fascinante e que eu sempre amei! E dentre tudo que um profissional, estudante ou apaixonado pela área da moda deve conhecer, a história da moda e sua influência no comportamento da sociedade até os dias atuais é um dos tópicos mais importantes e interessantes. Por isso, resolvi fazer uma sequência de matérias com o tema, que por ser muito complexo será dividido em três partes. Vamos lá!


Segundo antropólogos, o surgimento da roupa está relacionado à necessidade manifestada pelo ser humano de esconder a nudez e de se proteger das mudanças climáticas, como do frio e chuva. As primeiras peças de roupas feitas pelos nossos ancestrais, remonta á 600 mil anos a.C. e foram feitas de peles de animais com o auxílio de agulhas de pedras e ossos. Outro detalhe interessante é que como o couro seca, eles tratavam o tecido com gordura animal. E também já usavam garras e presas como adorno para mostrar o quão valente eram.

Dando um salto, vamos ao início da civilização, na Mesopotâmia. Onde foi criada a tecelagem com fibras naturais, porém com características bem primitivas. Os homens e mulheres usavam um traje chamado Kaunakés, uma forma de tanga, enrolada ao corpo e os pés ainda eram descalços.

A roupa passou a ser usada como forma de identidade em sociedades como Egito e Roma, no primeiro, pelo Faraó que não utilizava ornamentos, sendo que a calda de um leão e um cavanhaque falso mostravam sua autoridade simbolizando poder. Já em Roma, a toga, peça utilizada pelos magistrados, transmitia a desejada mensagem de autoridade.


Até o século XV as roupas não mudavam muito, eram sempre as modelagens e cores de costume, com diferença apenas de um povo para outro. No entanto, esse cenário mudou no Renascimento. Foi a partir daí que as vestimentas começaram a mudar com maior frequência, quando os plebeus passaram a querer imitar as roupas da nobreza. E foi aí que surgiu a palavra moda, que vem do latim “modus” e significa costume, maneira ou comportamento.


A Renascença se destaca na história da moda por representar um período em que homens e mulheres se preocupavam em evidenciar certas características de seus corpos. Os homens usavam roupas que deixavam seus ombros visivelmente mais largos (com enchimentos) e usavam até e as mulheres buscavam uma forma semelhante ao do violão, destacando também seus seios com decotes quadrados. O interesse das mulheres por suas cinturas foi essencial para o surgimento do corpete, o antecessor do nosso conhecido espartilho.

Neste período surgiu a renda, que era sinônimo de status.



No período Barroco, temos duas grandes influências para o vestuário: a rainha Elizabeth e o rei Luis XIV. Formas largas, ornamentações elaboradas, peças brocadas de seda e a utilização de cores mais escuras. O estilo de vestuário Barroco foi, basicamente, a estética entre o Renascimento e o Rococó. Ainda há a presença do rufo (gola com babado), que aos poucos vai perdendo volume, virando apenas uma gola rendada. As mulheres passam a usar muitas roupas volumosas e pesadas e os homens passam a valorizar mais o corpo e se enfeitar.


Entramos no período Rococó, considerado como: o exagero do exagero. Toda a opulência de luxo se transportou para a moda, com muita pompa. Maria Antonieta é considerada o ícone da época. Os vestidos agora tem ancas com vime (para dar volume aos quadris), muitos laços e babados, corseletes extremamente apertados para dar volume nos seios, penteados com farinha branca e pele pálida. Um fato que eu acho muito interessante, é que as mulheres mantinham seus penteados por longos períodos, e pasmem: encontravam ninhos de bichos em suas cabeças (ecaaaaa).

Já os homens, usavam cullotte (calças curtas e justas até os joelhos), camisa, casaca, meias brancas e sapatos de saltos mais baixos. Os cabelos também eram empoados de branco e amarrados em um rabo de cavalo baixo com laço de veludo preto.

*Uma dica: assistam ao filme Maria Antonieta (foto abaixo), o figurino é incrível!



Com a Revolução Francesa, não só a história, como a moda também sofreram uma mudança radical, surgindo as roupas produzidas em série. Pela primeira vez, a moda passava a ser ditada não pela nobreza, mas por aqueles a quem se chamava de Terceiro Estado, como: camponeses livres, trabalhadores urbanos, servos, pequenos comerciantes e a alta burguesia mercantil. Roupas mais austeras, rejeitando completamente as rendas, os brocados e a maquiagem que eram usadas pela corte francesa. O resultado disso é a formação de um trajes mais simples.



O romantismo teve seu início no começo do século XIX, sendo o dandismo, o nome denominado para a moda masculina: camisa (gola alta), casaco, colete, calça comprida e cartola. Já a moda feminina foi buscar ao passado características e valores tradicionais, com o uso os tecidos estampados (florais), decotes acentuados em V e ombros a mostra (sendo que durante o dia as mulheres cobriam o colo com xales).

A segunda metade do século XIX, ficou conhecido como Era Vitoriana, que corresponde ao reinado da rainha Vitória na Inglaterra, tempo cujo consumo e burguesia estavam em alta devido o crescimento do comércio com a Revolução Industrial e da fabricação de roupas com a invenção a máquina de costura.

A silhueta tinha ombros mais estreitos, a cintura baixou alguns centímetros e os espartilhos ficaram “pontudos”. O corpete e a saia formavam uma só peça abotoada atrás. As mangas dos vestidos diurnos desceram até o pulso. A saia tinha formato de sino, usada com forros de lã, anáguas pesadas e crinolina. A moda masculina teve influência do Príncipe Albert, o consorte da Rainha Vitória, que era jovem e vaidoso. Bastante parecida com a do período romântico: ombros e peito cheios e cintura minúscula. Os únicos enfeites eram a gravata ou um lenço de seda branco em torno do pescoço, a cartola que cobria todo o cabelo e a corrente do relógio de bolso que ficava aparente sobre o colete.



Ao contar a história da moda é impossível não falar de Charles Frederick Worth, o artesão responsável por abrir o primeiro ateliê de alta-costura em Paris, em 1858. Considerado como o “pai da alta-costura”, a silhueta de seus modelos dominaram o período da Belle Époque.


Mas esse será um dos temas da matéria da próxima semana...


Beijos e até breve

Maria Augusta Sant'Anna

@mariaaugustasant_anna

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