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Alessandra Campbell – A Beleza da mulher negra na capa da Hooks International

Hooks Magazine - Edição "FASHION" de Setembro

Photos: Wolney Bruno Alves - @brunopixel.fr

Model and Make: Alessandra Campbell - @camp.alessandra_

Look: @ivypark

Marketing and Design Director: Matheus Lopes - @mathlopes

Editor-in-chief: Matheus Hooks - @directorhooks


Alessandra Campbell, uma jovem modelo negra e trans, brilha na capa da edição "FASHION" de setembro da Hooks Magazine International. Uma foto deslumbrante capturada em frente à icônica Torre Eiffel, durante uma noite parisiense, emoldura nossa estrela com uma aura de elegância e empoderamento.


Alessandra compartilhou conosco o início de sua carreira, que começou há menos de 2 anos. Ela superou barreiras autoimpostas e decidiu ingressar no mundo da moda, mesmo enfrentando estereótipos e preconceitos. Campbell tem como missão quebrar tabus e padrões na indústria da moda. Ela se esforça para representar e empoderar mulheres negras e trans, preenchendo uma lacuna que ainda é evidente na indústria.


Ela enfrentou desafios como a barreira do idioma e a falta de representatividade em sua jornada como modelo. No entanto, sua determinação a mantém focada em superar esses obstáculos e abrir caminhos para futuras gerações de modelos negras e trans.


Alessandra Campbell é um exemplo de determinação e empoderamento na indústria da moda. Sua presença é um lembrete inspirador de que a beleza da mulher é diversa, e a inclusão é essencial para a evolução dessa indústria.



CONFIRA AGORA ENTREVISTA EXCLUSIVA:


1. Alessandra, você pode compartilhar conosco como foi o início de sua carreira como modelo como uma jovem negra?


Bem, este é o início da minha carreira como modelo. Tudo começou há pouco menos de 2 anos quando fiz uma prova para uma amiga em sua loja. Desde então, despertou algo que esteve adormecido em mim. Por ser tímida, sempre evitei explorar esse mundo. Criei barreiras na minha cabeça de que não seria possível, devido às minhas curvas, aos estereótipos exigidos pela indústria, por ser uma mulher negra e trans. Mas, graças à evolução dos dias atuais em que vivemos, a inclusão de corpos e gêneros me trouxe motivação e me deu forças para ingressar no ramo. Então, vim morar em Paris, cidade da moda, para explorar mais sobre essa indústria.

2. Como surgiu a ideia de apostar em um look inspirado na Beyoncé para a capa da Hooks Magazine?


Bem, a ideia de apostar nesse look veio de uma publicação nas redes sociais da minha musa Beyoncé, que, para minha sorte, é uma potência de representatividade para nós, mulheres negras. Para minha sorte, alguns dos seus looks usados na Renaissance World Tour são da sua coleção Ivy Park. Quando vi essa roupa, fiquei encantada e, quando confirmei que era da sua marca, pensei: “Nossa, esse vestido sobre as noites parisienses e as luzes da Torre Eiffel ficaria incrível para a capa da revista Hooks Magazine.”


3. Quais são os tabus que você deseja quebrar por meio de sua carreira como modelo?


Hoje em dia, fala-se muito sobre inclusão, porém pouco se vê no mundo da moda. Quando se procura referências de mulheres trans negras na moda, não se encontra. Sei que estamos progredindo, mas ainda temos muito a avançar. Temos atualmente uma representatividade trans na indústria, que é Valentina Sampaio, que nos traz referência e nos faz acreditar que somos capazes. É necessário termos muito mais do que apenas uma representante para realmente vermos essa inclusão. Eu estou disposta a ir de cabeça para quebrar essa exclusão e preencher essa lacuna como a modelo trans negra brasileira na indústria da moda.

4. Como você vê a sua carreira contribuindo para mostrar a beleza e empoderamento da mulher negra?


A minha decisão de entrar no mundo da moda veio também com o intuito de trazer mais inclusão, de quebrar rótulos e padrões. Na busca por referências, acredito que o empoderamento da mulher negra na indústria da moda seja essencial para torná-la mais inclusiva. Quando buscamos referências, não devemos nos limitar a apenas uma ou duas, mas sim buscar uma diversidade de cores, gêneros e corpos. Afinal, a beleza da mulher é diversa. Vejo essa carência nas minhas redes sociais, nas diversas mensagens de carinho de muitas mulheres que me têm como inspiração. Elas alegam que se sentem perdidas na busca de referências e chegam a se sentir inferiores por não se identificarem com as representações disponíveis atualmente, que são limitadas ou padronizadas. Quando conhecem o meu trabalho, sentem-se mais incluídas e representadas, e isso me deixa muito contente. Espero poder alcançar muito mais mulheres com a minha presença na indústria da moda.


5. Quais foram os desafios que você enfrentou ao longo de sua jornada como modelo?


É desafiador estar em outro país sem falar muito bem a língua nativa e falando somente o básico de inglês. A comunicação escassa atrapalha um pouco, principalmente quando se está em busca de oportunidades. Em dias atuais, fala-se muito sobre inclusão, mas o progresso está lento. Então, acaba sendo novo o meu tipo de corpo na indústria da moda, e as pessoas têm receio do novo. Algumas abraçam a inclusão e dão oportunidades, outras não. Tento ser sempre positiva e não levar para o pessoal. Procuro sempre dar o melhor de mim nos trabalhos que faço para mostrar o meu potencial e quebrar a imagem que as pessoas têm, devido à pouca visibilidade que a mídia dá à sociedade. Acredito que se a mídia desse mais visibilidade e tivéssemos mais representatividade, seria menos desafiador.

6. Beyoncé é uma grande inspiração para muitas pessoas. Como você acredita que sua carreira pode inspirar outras jovens negras?


Para tudo o que sonhamos, precisamos de referências, para ter um ponto de partida e seguir em frente, otimistas, positivos de que é possível. A minha inspiração não é segredo para ninguém: é Naomi Campbell. Não somente pela beleza, mas também por um conjunto de adjetivos, pois ela usa a sua visibilidade para causar impacto e levar esperança a jovens que sonham em ser modelos. Eu espero poder contribuir muito, assim como ela, trazendo mais visibilidade para a minha classe, quebrando estereótipos e tabus, mostrando a beleza e o talento das mulheres trans e negras, levando esperança às novas gerações. Ao verem a minha imagem, espero que acreditem que elas também são capazes e que eu, de certa forma, abri caminhos, e que elas devem sim ir em frente, caso a escolha delas seja a indústria da moda.


7. Quais são seus planos e objetivos para o futuro na indústria da moda e do entretenimento?


Espero poder trabalhar com grandes marcas e passar pelas lentes dos mais renomados fotógrafos da indústria. Futuramente, espero também construir uma carreira admirável para levar a minha imagem para o mundo. Eu vim à Paris em busca de conhecimento e oportunidades. Sei que não caem do céu, e estou bem empenhada nisso, estudando outros idiomas, aprimorando minha passarela e expressões em uma escola de modelos, montando um portfólio apresentável. Acredito que o conhecimento e a preparação são tudo para que nossos sonhos se tornem sólidos e, com isso, abrir caminhos.

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