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Assinado pela estilista Clara Lima, o figurino “Guerreira do Futuro” acompanha Anitta

no palco durante seu show em Brasília


Dando continuidade à temática “mulheres guerreiras” para os looks de pré-Carnaval da Anitta, a designer da cantora cria uma aparência futurista idealizando uma mulher que salvará a humanidade das questões ambientais e das guerras


Direção criativa e styling: Clara Lima (@_claralima)

Assistente de estilo: Giovanna Naomi (@giovxnnan)

Segunda Assistente: Liz Ortiz (@pixiesliz)

Confecção: Michelly X (@michellyx)

Ilustração: Victor Libório (@quimeravermelha) e Nadine Cunha (@nadinecunhaa)

Brincos: Betty Brand (@bettybrand_)

Botas: Luiza Barcelos

Créditos divulgação


O esquenta para o Carnaval 2023 continua com alta energia, tendo os “Ensaios da Anitta” como um dos grandes eventos que antecedem a maior festa do país. Clara Lima, estilista e stylist responsável pelos figurinos da cantora usados nas apresentações, preparou uma sequência de looks para homenagear importantes nomes femininos que marcaram a história de alguma forma. A partir de 4 nomes sugeridos por Anitta, Clara criou 16 looks com o tema “mulheres guerreiras”. Cada show tem o propósito de destacar uma figura, sendo essa a grande mensagem que pretendem transmitir por meio dos eventos.



Neste sábado (21), durante o show em Brasília, um figurino futurista toma conta dos palcos, nomeado Guerreira do Futuro. Para essa criação, Clara inspirou-se em uma possível guerreira que, futuramente, salvaria a Terra das guerras e das questões ambientais que a prejudicam. O signo de Aquário também é celebrado nessa homenagem, que tem sua temporada iniciada no dia de estreia do traje. Segundo sua descrição, Aquário é visto como um visionário que prepara-se para o futuro com plena consciência do coletivo assim como a Guerreira idealizada pela estilista, uma parte integrante da sociedade que tem como essência a luta e a salvação em prol de um bem maior, uma mulher a frente de seu tempo.



Pensando nisso e pretendendo evidenciar essa figura feminina, Clara resolveu unir a temática futurista a adereços que representam força, como as luvas de espinhos. O verde predominante na roupa faz alusão a toda a natureza, levando em conta que sua degradação é uma das maiores ameaças atuais, obrigando a humanidade a enfrentar o risco das mudanças climáticas. “Ela é uma guerreira que não existe ainda, é quem será responsável por salvar a humanidade futuramente de todos os problemas que prejudicam nosso planeta", explica a estilista idealizadora.


Assim como os demais looks já usados por Anitta e assinados por Clara, entre eles, a personagem fictícia Tieta do Agreste, a bailarina italiana Marietta Baderna, a astronauta Valentina Tereshkova e a revolucionária Anita Garibaldi, a Guerreira do Futuro mantém características de uma personagem misturadas a elementos ligados às performances da cantora. De acordo com Clara, há uma preocupação em manter a identidade, tanto de Anitta quanto de todos os trajes que compõem o Carnaval, criando uma espécie de coleção, repetindo recortes e conceitos.


O traje de Tieta, por exemplo, embora imite a roupa vermelha e a estampa de leopardo muito particular do casaco de pele da personagem, é adaptada para o estilo da cantora e focado nos movimentos de palco, transformando o vestido de Tieta em um body e aproveitando o animal print nos detalhes e acessórios, representando a mulher julgada pelas suas atitudes que reivindicam a liberdade feminina e luta pela sobrevivência resistindo ao conservadorismo.


Outro nome feminino que demandou intensas pesquisas sobre sua história foi a bailarina italiana Marietta Baderna, que migrou para o Brasil, em 1849, com a família, que foi perseguida no país natal por defender a democracia, ligando-se às revoltas nacionalistas, vencidas pela Casa de Savóia, que implantou a monarquia no país unificado. Encantada com a cultura e com a coreografia africana tão distinta das europeias, Baderna introduziu passos de lundu em suas apresentações, o que popularizou o teatro no Rio, antes restrito apenas para a elite. Rodeada de julgamentos, a bailarina deu origem à palavra “baderna” no dicionário português, pois era acusada de causar “arruaças” e “bagunças” ao juntar-se aos afro-brasileiros. Essa história é mais que inspiradora para Clara, que a homenageou em um traje inteiramente estruturado com referências do balé, utilizado por Anitta em seu último show no Rio de Janeiro, onde Marietta vivia, no dia 8 de janeiro.


A astronauta Valentina Tereshkova e a revolucionária Anita Garibaldi foram representadas no último final de semana, em Jurerê e em São Paulo respectivamente, evidenciando a primeira e única mulher a fazer uma viagem espacial sozinha e uma grande guerreira que lutou contra o governo imperial brasileiro na Guerra dos Farrapos e da Batalha dos Curitibanos no Brasil, além da Batalha de Gianicolo, na Itália, tornando-a “heroína dos dois mundos”.

Tais idealizações exigiram um tempo extra nas pesquisas, por serem personagens de extrema importância e que, para Clara, seria uma forma de inspiração e não de imitação, levando a designer a consultar estudiosos e acadêmicos. Entre eles, o renomado artista plástico e stylist Maurício Ianes, que também é professor de Políticas da Visibilidade e do Espaço na Arte no Departamento de Estudos Culturais da Academia de Artes de Viena, na Áustria, com quem começou a trabalhar em seu segundo ano de faculdade de moda. Referências como essa fazem-se necessárias para homenagear essas figuras, evitando qualquer tipo de apropriação e preservando a identidade dessas mulheres como únicas.


Créditos: Victor Liborio e Nadine Cunha

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