BEKA — A FORÇA QUE RECONDUZ O AFRO HOUSE ÀS SUAS ORIGENS
- Matheus Hooks/ Editor-In-Chief
- há 35 minutos
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'MUSIC' COVER EDITION - DECEMBER 2025 ISSUE

Existem artistas que criam música e existem aqueles que criam movimento. BEKA, DJ e music producer, pertence ao segundo grupo. Ao longo de sua trajetória, ela transformou o Afro House em ponte, rito e reencontro. É por isso que se torna agora o rosto da edição MUSIC da Hooks Magazine: símbolo de uma geração que honra as raízes enquanto projeta o futuro com sofisticação, espiritualidade e potência cultural.
Logo no início da entrevista, BEKA deixou claro que sua jornada nunca foi apenas sobre batidas, mas sobre pertencimento. “Sempre me senti profundamente ligada à cena sul-africana pela força espiritual e ancestral do som”, contou. Essa conexão não foi planejada, floresceu naturalmente, como se a música reconhecesse nela uma guardiã de sua origem. Das colaborações com Lizwi, Soul Madondo, Natasha MD e a DJ e produtora Charley Dixon ao encontro recente com o coletivo African Movers, tudo nasce de trocas sinceras que atravessam fronteiras, geografias e ritmos.

BEKA enxerga cada parceria como um templo criativo onde diferentes ancestralidades coexistem. “Esses projetos são construídos com muita escuta e respeito”, afirma. “O som nasce do encontro, nunca da sobreposição.” Sua abordagem ecoa como um lembrete de que colaboração, quando feita com consciência, é também um ato político: preservar identidades enquanto se cria algo novo.
Seu processo criativo vai muito além da mesa de mixagem. Antes de qualquer beat, existe conversa, troca espiritual, alinhamento de intenções. É desse mergulho profundo que emergem faixas que funcionam na pista, mas também dentro de cada ouvinte. “Falamos de vida, espiritualidade, ancestralidade e intenções. Só depois a música toma forma”, explica. E quando o processo envolve uma energia coletiva tão vibrante quanto a dos African Movers, a criação ganha uma camada extra de força e significado.

Não é exagero dizer que BEKA se tornou um elo essencial entre a expansão global do Afro House e suas raízes africanas. Ela entende que o gênero só cresce de forma legítima quando sua origem é respeitada. “Trabalhar com artistas e coletivos sul-africanos é reconhecer onde tudo começou e construir o futuro com responsabilidade cultural.” Em tempos de apropriação e diluição estética, sua postura se torna quase revolucionária.

E o que vem a seguir? BEKA não desacelera. Está preparando novos lançamentos, novas colaborações e experiências ao vivo que prometem expandir ainda mais sua narrativa sonora, ancestral, contemporânea e profundamente conectada à terra que inspirou tudo. Sua missão é clara: amplificar vozes, histórias e ritmos que carregam verdade.
Confira entrevista exclusiva:
1. Como surgiu sua conexão com artistas da África do Sul?
Essa conexão nasceu de forma muito orgânica. Sempre me senti profundamente ligada à cena sul-africana pela força espiritual e ancestral do som. As colaborações com Lizwi, Soul Madondo, Natasha MD, a DJ e produtora Charley Dixon, e agora também com o coletivo African Movers, surgiram desse reconhecimento mútuo e de uma troca artística verdadeira que atravessa fronteiras.

2. Como você equilibra colaboração e respeito cultural nesses trabalhos?
Esses projetos são construídos com muita escuta e respeito. Cada artista e coletivo traz sua identidade, sua história e sua energia. Meu papel é criar um espaço onde todas essas potências coexistem. Com Lizwi, Soul Madondo, Natasha MD, Charley Dixon e os African Movers, o som nasce do encontro, nunca da sobreposição.
3. Como é o processo criativo nessas colaborações internacionais?
O processo começa muito antes do estúdio. Falamos de vida, espiritualidade, ancestralidade e intenções. Só depois a música toma forma. Trabalhar com artistas e coletivos como os African Movers amplia ainda mais essa troca, porque existe uma energia coletiva muito forte que guia a criação.

4. Que mensagem esses lançamentos carregam?
São faixas que falam de cura, pertencimento e força coletiva. Queremos que a música funcione tanto na pista quanto internamente. Cada colaboração carrega uma verdade — seja na voz, no ritmo ou na energia compartilhada.
5. Como essas parcerias influenciam o Afro House global?
Essas parcerias reforçam a importância de manter a raiz do Afro House viva enquanto ele cresce globalmente. Trabalhar com artistas e coletivos sul-africanos, como os African Movers, é reconhecer onde tudo começou e construir o futuro com responsabilidade cultural.

6. O que vem por aí?
Mais lançamentos com artistas e coletivos, novos projetos colaborativos e experiências ao vivo. Meu foco é aprofundar essas conexões e levar essa narrativa sonora — potente, ancestral e contemporânea — para novos palcos e públicos ao redor do mundo.





























