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DES PREZO: A Marca Que Está Mudando a Forma de Pensar Moda


DES PREZO for Hooks Magazine

Creative direction - Guilherme Menegat / Photo - Otavio Conci / Make - Débora Camassola / Models - Eric Pauli and Pedro Martini / Set assistants - Rodrigo Santos and Martina Cambruzzi


Desde que foi lançada em outubro de 2022, a DES PREZO tem chamado atenção por ser muito mais do que uma marca de roupas. Ela nasceu da vontade de seu fundador Guilherme Menegat, um designer apaixonado por artes visuais e música, de criar algo único e cheio de significado. Inspirada no movimento punk e na cena eletrônica underground, a marca combina rebeldia, estilo e uma visão bem pessoal sobre como a moda pode contar histórias e provocar reflexões.


O nome “DES PREZO” reflete bem essa ideia. Ele representa tanto o rompimento com o que é velho e sem sentido quanto a valorização do que é novo e autêntico. Essa essência aparece em todas as peças da marca, que são feitas com muito cuidado em seu próprio estúdio. Lá, uma equipe pequena e super dedicada cria cada detalhe, desde calças com cortes elaborados até bonés bordados e jaquetas com acabamentos únicos.


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A DES PREZO não segue tendências passageiras ou produz roupas em massa. Cada coleção é pensada para durar e oferecer algo especial, seja nos tecidos, na modelagem ou nos acabamentos. A marca já lançou peças de couro, jeans, malharia e até itens com técnicas inovadoras de estamparia e lavanderia. Esses produtos têm conquistado clientes exigentes e ligados em moda, que buscam algo mais exclusivo e com personalidade.


Embora as vendas sejam feitas principalmente online, a DES PREZO já conquistou um público fiel ao redor do mundo. Suas peças são especialmente populares entre artistas e pessoas que procuram um visual diferente para festas ou para o dia a dia, misturando sofisticação e atitude. O sucesso da última coleção foi tão grande que, em apenas dois meses, as vendas superaram o faturamento de todo o ano anterior.


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Agora, a marca está focada em expandir sua presença e quer levar suas criações para novos mercados. A DES PREZO é para quem não tem medo de ser diferente e busca peças que vão além do comum. Mais do que roupas, a marca oferece uma forma de expressão e um convite para repensar a moda de uma maneira mais profunda e verdadeira.


ENTREVISTA COM GUILHERME MENEGAT BIONDO - DES PREZO:


  1. A Des Prezo desafia padrões convencionais. Quais são os principais desafios que você enfrenta ao criar uma marca tão disruptiva em um mercado competitivo como o da moda?


Desde o início da marca, enfrentei diversos desafios, mas acredito que o principal deles ocorreu logo no começo. Meu objetivo era produzir um produto diferenciado, que se destacasse no mercado de moda brasileiro, oferecendo um olhar mais minucioso para detalhes como recortes, aviamentos, materiais e técnicas de finalização. Durante a primeira coleção, uma cápsula, tentei terceirizar a produção com confecções externas, mas o resultado ficou muito aquém do esperado.
A partir da segunda coleção, decidimos internalizar quase todo o processo de produção. Hoje, cerca de 80% das etapas são realizadas por nós: modelagem, corte, costura, design e finalização. Esse controle interno foi fundamental para alcançar o nível de qualidade e estética que buscamos desde o início. Esse foi, sem dúvida, um dos maiores desafios no começo da marca.
Outro grande desafio, especialmente para marcas novas no Brasil, é conquistar a aceitação e o reconhecimento do público. Como uma marca que surgiu sem grande histórico ou referência, enfrentamos a barreira natural do consumidor em dar um voto de confiança. Muitas pessoas precisam ver outras usando ou ter experiências positivas para se sentirem seguras em comprar de uma marca nova. Além disso, o mercado está saturado de marcas emergentes, e algumas experiências negativas podem tornar o consumidor mais cauteloso.
Furar essa bolha e demonstrar que nosso produto é diferente, que oferecemos qualidade e trabalhamos com uma estética em constante crescimento, tem sido uma tarefa desafiadora. No entanto, acredito que, com mais um ano de atuação, conseguimos consolidar nossa posição no mercado e superar muitas dessas barreiras iniciais.
Por fim, é importante destacar que empreender no Brasil, especialmente no setor de moda, é um desafio diário. A cada dia aprendemos e nos adaptamos, sempre buscando aprimorar nosso trabalho e fortalecer nossa marca no mercado.

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  1. A essência da Des Prezo está profundamente ligada à autenticidade e à individualidade. Como você traduz esses conceitos nas coleções e nos processos criativos da marca?


A ideia de ter uma marca não surgiu da noite para o dia. Desde que comecei a imaginar essa possibilidade, há cerca de 10 anos, percebi que seria um processo muito mais profundo e desafiador do que apenas criar peças ou postar fotos na internet. Foi uma jornada de autoconhecimento e amadurecimento. Como criativo, precisei exercitar a paciência e entender os momentos certos para realizar cada etapa do projeto.
Há cerca de 10 anos, tive uma experiência inicial ao criar algumas camisetas com amigos. Naquela época, ficou claro que construir uma marca exigiria muito mais do que eu imaginava. Foi nesse período que comecei a compreender o verdadeiro significado de desenvolver um negócio criativo. Entre esse início e a concretização da marca, tive a oportunidade de me formar e trabalhar em diferentes lugares, onde aprendi muito com as pessoas ao meu redor. Essas experiências foram fundamentais para moldar minha visão e me preparar para dar os próximos passos.
Quando finalmente decidi que era o momento certo para desenvolver as peças que eu realmente queria criar, percebi que, mesmo achando que estava preparado, o processo prático revelou o quanto ainda havia para aprender. Esse aspecto é, para mim, uma das partes mais interessantes: o constante desafio de se reinventar, buscar informações novas, descobrir fornecedores, testar diferentes tecidos, explorar técnicas de lavanderia, acabamento e estamparia. Cada uma dessas etapas contribui para diferenciar um profissional que se acomoda no mercado daqueles que buscam se aprimorar continuamente.
Acredito que essa dedicação ao desenvolvimento contínuo é o que realmente define o sucesso no setor de moda. Não é apenas sobre criar roupas, mas sobre construir um processo que permita inovar e evoluir constantemente. Essa busca diária por melhoria é o que torna a jornada desafiadora, mas também incrivelmente gratificante.

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  1. Você mencionou que “Des Prezo” simboliza resistência e renovação. Como esses valores se refletem na jornada da marca desde sua fundação em 2022?


Acredito que o nome da marca, por si só, já carrega uma força muito significativa: DES PREZO. Para responder essa pergunta, acho importante explicar um pouco sobre o porquê dessa escolha. O “DES” me remete ao passado. É um prefixo de negação, e, para mim, simboliza a rejeição a ideias e conceitos impostos pela sociedade com os quais muitas vezes não concordo. Já o “PREZO” representa o futuro. Ele está associado ao que desejamos, ao que almejamos criar e construir. Essa dualidade entre passado e futuro é um pilar essencial da marca.
Quando penso no meu trabalho, busco desenvolver estampas e artes que provoquem, que intriguem, e que façam as pessoas refletirem. Quero que elas sintam que há algo mais por trás, algo que as convide a questionar. Mesmo quando a mensagem parece desconfortável ou negativa à primeira vista, tento transformar esse sentimento em algo que faça o espectador parar e repensar. Essa abordagem se reflete também nas nossas campanhas e na identidade visual da marca, que foge do convencional. Talvez, à primeira impressão, nem todos entendam ou gostem, mas quem mergulha mais fundo percebe o propósito e a coerência por trás de cada escolha.
Para mim, a DP é mais do que apenas roupas ou design. Ela é um espaço onde posso expressar minhas vivências e inquietações. Desde a adolescência, sempre tive sentimentos e ideias que, naquela época, não conseguia externalizar ou discutir. Hoje, através da marca, consigo transformar essas experiências e dar voz ao que antes estava reprimido. Mas faço isso de uma maneira transformadora, porque já não olho para o meu passado com os mesmos olhos.
Além disso, não dá para falar de moda sem pensar na dimensão social. Todos sabemos que o mercado da moda pode ser cruel e injusto, especialmente para quem trabalha nos bastidores. Quando decidimos criar nossa própria linha de produção, fizemos questão de estabelecer um ambiente de trabalho onde as pessoas fossem valorizadas, bem remuneradas e tivessem prazer em colaborar conosco. Para mim, isso vai muito além da roupa. A DP tornou-se um ecossistema. É um reflexo dos valores que eu defendo e do impacto que quero deixar.
No fim das contas, a DP é uma junção de sentimentos antigos e visões futuras. É um projeto construído com alma, onde cada detalhe reflete o desejo de criar algo único e significativo, tanto para mim quanto para quem escolhe fazer parte dessa história.

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  1. Com foco em coleções limitadas e de alta qualidade, como a Des Prezo equilibra o desejo de exclusividade com a necessidade de expandir sua base de clientes?


Estamos entrando no nosso segundo ano no mercado, e posso dizer que o primeiro ano foi muito um período de testes. Muitas respostas ainda não estavam claras, e a forma como trabalhávamos era baseada em tentativa e erro, no que imaginávamos que poderia funcionar. Nossa produção, especialmente a partir da segunda coleção, ainda era pequena. Quando desenhávamos e produzíamos, tudo era feito dentro das nossas possibilidades, sem volumes grandes ou certezas sobre o que realmente performaria.
Com o tempo, principalmente no início e metade deste ano, começamos a analisar os dados de vendas das coleções. Descobrimos algo interessante: as peças de entrada, como camisetas e bonés, tinham uma ótima aceitação e vendiam tanto quanto as peças mais elaboradas. Porém, por termos uma estrutura enxuta, não conseguíamos produzir muitas unidades de cada peça. Essa experiência nos fez entender melhor o público da marca. Percebemos que muitos clientes buscam algo mais além de produtos de entrada – há uma procura por peças com design diferenciado e um trabalho mais elaborado.
Esse aprendizado nos levou a repensar o mix de coleção. Diferente do modelo tradicional, que sugere que coleções tenham uma pequena porcentagem de peças mais ousadas, acabamos brincando um pouco com essa lógica. Do ano passado para cá, nossa produção praticamente triplicou. Com mais pessoas na equipe, ganhamos liberdade para ampliar tanto a quantidade de peças quanto a variedade de produtos que oferecemos.
Hoje, ao desenhar uma coleção, temos a vantagem de produzir tudo internamente, o que nos dá um controle muito maior. Conseguimos testar diferentes tecidos, aprovar peças em menos tempo e garantir a qualidade e o acabamento que queremos. Esse controle interno nos permite reagir rapidamente às demandas e ajustar detalhes que seriam mais difíceis em produções terceirizadas.
Atualmente, aumentamos gradativamente a quantidade de produtos de entrada, como camisetas e bonés, devido à alta demanda. Paralelamente, também estamos ampliando a produção de peças mais complexas e elaboradas, sempre buscando equilíbrio entre volume e qualidade.
Nos próximos anos, nossa meta é continuar expandindo a produção interna. Queremos crescer de forma consistente, mantendo a precisão, o controle e a identidade que construímos, para oferecer aos nossos clientes não apenas produtos, mas experiências únicas e autênticas.

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  1. A cena punk e o underground eletrônico são inspirações marcantes para a Des Prezo. Como esses movimentos influenciam não apenas o design das peças, mas também a narrativa da marca?


Assim como a Des Prezo, minha ideia de criação bebe muito da influência de movimentos que questionam e se opõem ao sistema. Se analisarmos os movimentos punk e o underground eletrônico, eles têm em comum essa quebra de padrões e uma rejeição ao que é imposto. Trata-se de buscar algo diferente, algo que provoque e desconstrua. Minhas referências criativas nascem diretamente dessa conexão com a contracultura.
Para desenvolver meus trabalhos, dedico muito tempo a pesquisar artes, posters e flyers de bandas punk dos anos 80. Também mergulho em livros e trabalhos de artistas que exploraram o universo das raves e festas eletrônicas dos anos 90 e 2000. Além disso, minha vivência pessoal tem grande peso: frequento shows punk e festas eletrônicas, e acredito que essa experiência direta é essencial para o meu processo criativo.
A criação, para mim, também é um exercício de autoconhecimento. É sobre entender o que gosto, descobrir as mensagens que quero transmitir e encontrar formas de unir dois mundos aparentemente distintos, mas que considero altamente complementares. Essa fusão de referências – do punk à cena eletrônica – é o que molda minha visão e o que tento expressar através do meu trabalho.

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  1. Com quase dois anos de trajetória, como você enxerga o futuro da Des Prezo em termos de expansão e inovação, especialmente no contexto da moda nacional e internacional?


No início, é difícil sonhar muito alto, mas sempre soube onde queria chegar e trabalho diariamente para alcançar esse objetivo. Com dois anos de projeto, confesso que não imaginava estar onde estou hoje. A aceitação tem sido muito positiva, e isso me motiva a seguir em frente. Recentemente, estive em São Paulo e tive a oportunidade de conversar com pessoas que ainda não conhecia. Fiquei surpreso ao perceber que a marca é mais conhecida lá do que na minha cidade, no sul do país, em uma região do interior. Isso é muito gratificante, pois mostra que, mesmo sem me conhecerem pessoalmente, as pessoas estão descobrindo a Des Prezo e reconhecendo o trabalho que estamos fazendo.
Para mim, esse é apenas o começo. Quero continuar aprimorando a marca, aprendendo e crescendo a cada dia. Amo o que faço, e é extremamente recompensador receber mensagens de elogio e ver que nosso trabalho está alcançando as pessoas. Isso nos dá forças para continuar evoluindo.
Acredito que estamos crescendo no ritmo certo, construindo uma base sólida e sem saltos arriscados. O ano de 2025 já começa com oportunidades e mudanças significativas que vão abrir novas portas para nós. Algumas metas que estabeleci no início já foram alcançadas, enquanto outras ainda exigem mais esforço, mas estou comprometido em continuar aprendendo e me reinventando diariamente.
Minha visão para o futuro é levar a Des Prezo além das fronteiras do Brasil. Espero que, em alguns anos, possamos estar presentes nas principais cidades de moda do mundo. Esse é um grande sonho, mas acredito que, com trabalho consistente e dedicação, é possível torná-lo realidade.

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