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DES PREZO apresenta: UGLY KIDS DEAD DREAMS

DES PREZO apresenta: UGLY KIDS DEAD DREAMS
Photographers @oconci @osantos.henri / Credits and full technical sheet at the end of the article

A DES PREZO chega ao seu Drop 3 com uma coleção que encerra um ciclo e abre espaço para um novo momento. Batizada de UGLY KIDS DEAD DREAMS, a coleção traduz a evolução da marca. O nome fala sobre aqueles que sempre se sentiram fora do padrão e sobre os sonhos que ficaram pelo caminho, mas que abriram espaço para algo maior e mais consistente.


DES PREZO apresenta: UGLY KIDS DEAD DREAMS

A proposta desta vez é clara: não basta sonhar, é preciso transformar. A estética rebelde e experimental que sempre marcou a marca agora aparece acompanhada de um olhar mais consciente e estratégico. O amadurecimento está presente em cada detalhe, sem apagar a essência inconformada que faz da DES PREZO uma referência de autenticidade.


As peças trazem uma mistura de silhuetas amplas, texturas brutas e acabamentos refinados. A paleta de cores é a mais ampla já usada pela marca, mas ainda mantém a identidade de lavagens intensas e destruições inspiradas no grunge, punk e raver. A coleção também aposta em variedade de materiais, como couro, tricô, jeans, malha e moletom, mostrando força e cuidado técnico.


DES PREZO apresenta: UGLY KIDS DEAD DREAMS

Se no drop anterior a marca explorava o sonho, agora a mensagem é realista. É sobre entender que crescer também significa abrir mão de algumas ilusões, mas sem perder a potência criativa. Essa virada se reflete no equilíbrio entre peças ousadas e outras mais comerciais, pensadas para vestir sem deixar de provocar.


O discurso da coleção conversa com uma geração que amadureceu rápido, que se sentiu deslocada, mas que encontrou na criatividade uma forma de existir. Vestir DES PREZO é vestir essa narrativa de luta, resistência e transformação.


DES PREZO apresenta: UGLY KIDS DEAD DREAMS

Tivemos a oportunidade de entrevistar o diretor criativo da marca, Guilherme Menegat Biondo. Confira a seguir:


1. A coleção traz o título UGLY KIDS DEAD DREAMS, que carrega um peso simbólico profundo. Como esse conceito se traduz nas peças e na estética apresentada?


O nome já entrega muito do que queríamos expressar: são sobre aquelas crianças que cresceram sendo diferentes, que sonharam com algo além do que o mundo oferecia. E, no meio do caminho, bateram de frente com a realidade — algo que te obriga a pisar no chão, engolir o sonho e lapidar ele.
Essa coleção ela é mais madura e mais consciente do que todas as outras. A estética carrega contraste — peças com silhuetas amplas, texturas brutas, mas com acabamento preciso e refinado. É a nossa coleção com maior variedade de cores até agora, e também a que mais exigiu tecnicamente de nós. Cada peça traz um nível de detalhe e complexidade que reflete esse processo de amadurecimento.
UGLY KIDS. DEAD DREAMS. traduz um ponto de virada — onde o inconformismo continua, mas agora com mais clareza de propósito.
DES PREZO apresenta: UGLY KIDS DEAD DREAMS

2. Ao falar em "fim de um ciclo e início de uma nova fase", vocês sugerem uma maturidade criativa e empresarial. De que forma esse amadurecimento aparece na construção das roupas e na narrativa da coleção?


Antes, tudo era muito impulso. A gente criava com o coração — o que ainda existe — mas hoje conseguimos equilibrar isso com estratégia. Durante a ‘Punk Ravers’, pude expressar esteticamente tudo o que sempre imaginei para a marca, mas ainda faltava experiência. Com o tempo, entendi que ter uma marca é ser mais do que designer — é ser empresário também.
Ser designer exige imaginação; ser empresário, cálculo e responsabilidade. E acho que essa nova fase é sobre juntar essas duas pontas. Continuamos criando peças ousadas, técnicas, com cortes únicos e propostas fora do padrão, mas agora com decisões mais conscientes. Testamos tecidos, modelagens, trouxemos mais cor, mais complexidade — mas também buscamos equilíbrio comercial. Resgatamos modelagens que funcionaram no passado, apostamos em peças de impacto e outras mais acessíveis visualmente, sem abrir mão da identidade.
É uma coleção com variedade de materiais — couro, tricô, jeans, malha, moletom, acessórios — mas com tempo de produção mais curto e execução mais precisa. O amadurecimento aparece justamente aí: não em reduzir a ambição criativa, mas em entender melhor onde e como aplicá-la.
DES PREZO apresenta: UGLY KIDS DEAD DREAMS

3. A ideia de sonhos mortos e da realidade que pesa parece dialogar com toda uma geração que cresceu “fora da curva”. Como vocês esperam que esse discurso ressoe com o público que veste a DES PREZO?


Acreditamos que muitas pessoas vivem esse conflito: crescer sendo criativas, intensas, fora da curva — e depois serem engolidas por um mundo que quer normalizá-las. Essa coleção não vem com respostas, mas com identificação. Queremos que quem vista a Des Prezo sinta que não está sozinho nesse processo de aceitar que alguns sonhos morrem, mas outros nascem a partir disso. É sobre transformação.
DES PREZO apresenta: UGLY KIDS DEAD DREAMS

4. Em termos de design, quais foram os principais elementos, materiais ou silhuetas escolhidos para traduzir essa dualidade entre rebeldia juvenil e uma nova fase mais consciente?


Desde o final do ano passado, comecei a estruturar uma coleção que fosse forte visualmente, mas que também funcionasse estrategicamente. O desafio era unir peças com design ousado — que representassem nossa identidade — com outras mais acessíveis, pensando na expansão do negócio e na conexão com um público mais amplo.
Diferente da Punk Ravers, que me deu realmente espaço pra sonhar e criar uma estética mais livre, essa nova fase me levou a olhar de forma mais introspectiva, revisitando a minha infância e os sonhos que eu tinha naquela época. Busquei referências pessoais, especialmente de clipes de música.
A partir disso, tentei fundir essa memória com uma linguagem mais madura e concisa, equilibrando os elementos grunge com traços do universo punk e raver que a gente já vinha desenvolvendo na marca. O resultado é uma coleção ampla em referências, mas coesa na execução — visualmente forte, com identidade e propósito.
Essa fusão resultou em uma coleção que explora contrastes: camisetas com gráficos pesados dividem espaço com outras de visual mais limpo; peças com lavagens e destruições convivem com shapes mais tradicionais. 
Tudo isso ajuda a expressar essa tensão entre juventude e amadurecimento — um equilíbrio que considero essencial para a Des Prezo, que mais do que uma marca, é um organismo vivo que evolui, aprende e se transforma a cada coleção.
DES PREZO apresenta: UGLY KIDS DEAD DREAMS

5. "Ugly Kids" simboliza os deslocados, enquanto "Dead Dreams" fala do que foi deixado para trás. Como equilibrar essa melancolia com a energia criativa necessária para uma coleção tão marcante?


Como criativo, a energia mais potente sempre veio dos momentos em que eu não estava bem. E Dead Dreams não nasce como um lamento — ela representa uma virada, um ponto de amadurecimento. É como se, pela primeira vez, tudo estivesse mais claro. A gente tem um norte. Olhar pra trás e ver tudo que construímos até aqui prova que nada foi por acaso. Com dois anos e meio de marca, já fizemos coisas que eu nem imaginava, e mesmo assim, parece que esse é só um novo ponto de partida.
A essência da DES PREZO continua a mesma, mas agora temos uma visão mais estratégica, mais consciente. A melancolia do nome não nos paralisa — pelo contrário, ela nos empurra pra frente. Porque amadurecer também é aceitar que sonhos mudam, que alguns precisam ser deixados pra trás, e que isso não nos faz menos criativos. Faz a gente mais preparado.
Essa coleção é sobre transformar frustração em ação. É sobre entender que, pra continuar sonhando, a gente precisa trabalhar, adaptar, crescer. Então Ugly Kids. Dead Dreams. não é um fim — é um marco. A consolidação de tudo que a gente já foi, e o início de tudo que a gente ainda vai ser.
DES PREZO apresenta: UGLY KIDS DEAD DREAMS

6. A DES PREZO sempre esteve ligada à ideia de transgressão e ruptura com padrões. Neste novo capítulo, o que permanece como essência da marca e o que se reinventa para o futuro?


Pra mim, a DES PREZO sempre foi mais do que uma marca — é um organismo vivo, em constante transformação. E como todo organismo, ela amadurece com o tempo, com as pessoas envolvidas, com as experiências que a gente vive dentro e fora do processo criativo. Desde o começo, nosso maior compromisso foi com a estética, com a criação de algo que não víamos ao nosso redor. Isso não mudou. O que muda é o nosso olhar: hoje, além de criativo, também sou responsável por fazer o negócio funcionar.
Com o tempo, aprendi que ser designer e ser empresário são papéis que muitas vezes se contradizem. Um trabalha com o imaginário, o outro com a realidade. O que está mudando agora é a estrutura, não a alma. A gente continua provocando, criando, buscando algo novo — mas com mais consciência, estratégia e consistência.
Esse novo momento é sobre equilibrar desejo e viabilidade. Aprendemos com o mercado, com nossos erros e acertos, e estamos usando isso pra crescer sem perder quem somos. Não se trata de apagar o passado ou suavizar nossas ideias — se trata de amadurecer o que construímos. A mudança é estrutural, não criativa. A essência permanece: criar com verdade, falar com quem nunca foi ouvido, ocupar os espaços onde ninguém quer que a gente esteja.

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FICHA TÉCNICA
Direção criativa @bwvvs
Fotógrafos @oconci @osantos.henri
Produção executiva @magna.prod
Iluminação @rods_321
Cenografia @bwvvs @magna.prod
Bandeiras @stang.vhs
Guitarra @_leosandi
Locação @___nucleo
Direção de vídeo e captação @pablodorosario
Make e cabelo @deboracamassola
Assistência de produção @tina.cambruzzi @colomboaliciaa @odraopc
Direção de arte e design @bwvvs @odraopc
Finalização e retouch @bwvvs

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