Diretor artístico Ale Monteiro sonha em ser pai: “A orientação sexual dos pais não deve ser mais importante que o afeto”
Para Ale Monteiro, os pais homossexuais têm ganhado cada vez mais aceitação da sociedade nos últimos anos
O feriado do Dia dos Pais traz um misto de sentimentos para o diretor artístico Ale Monteiro. Além da vontade de celebrar a data com seu pai, ele também sente, cada vez mais intensamente dentro de si, a vontade de ter um filho. “Ser pai sempre foi um sonho. Tenho projetos para 2022”, revela.
Foto: Wadir Évora
Gay assumido, ele reconhece que ainda há muito caminho pela frente no combate à homofobia, mas afirma que atualmente há maior aceitação quando se fala de pais homossexuais.
“Acho que já mudou muito. Existia um estereótipo de que gays não seriam adequados para serem pais, mas é só olhar em volta e ver que tem muito hétero que faz filho e deixa abandonado. Pai não é fazer só fazer. É educar, dar amor e isso eu tenho sobrando. A orientação sexual dos pais não deve ser mais importante que o afeto”, defende.
Um dos objetivos de Ale é levar um pouco da relação incrível que tem com seu pai para criar seus futuros filhos.
“Ele e meu avô são meus heróis. Homens honrados e de poucas palavras, mas em gestos diários transbordam amor. O que levaria para um filho meu seria a compreensão, a paciência e, principalmente, a ternura ao lidar com as diferenças”, descreve o diretor.
Por mais que os pais tentem fugir desse dilema, é comum que eles projetem suas próprias expectativas sobre os filhos, que acabam sofrendo pressões internas e externas para serem o que, muitas vezes, não são. Desde cedo, Ale pensa em repassar ensinamentos importantes.
“O mundo está tão louco e as pessoas andam tão estranhas. Elas projetam uma vida para o filho, o que acaba com a sua liberdade. Acredito que o maior legado que um pai pode deixar para seu filho é de sonhar junto. Lutar pelos sonhos do filho independente de seu desejo particular”, conclui.
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