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Edição “Celebrity” - Gabi Lopes comemora 20 anos de carreira: "Jamais imaginei chegar tão longe”

Atriz relembra como começou a trabalhar no meio e conta planos para o futuro

JUNE ISSUE - GLOBAL

Photos: @glauberbassi | Glauber Bassi
Model: @gabilopess | Gabi Lopes
Agency: @Fordmodelsbrasil | Ford Models Brasil
Stylist: @fazziolijohn | John Fazzioli
Beauty: @evangellista_ | Eduardo Evangellista
Assistant: @milenavitoriaff | Milena Vitória
Agent: @jeangutti | Jean Gutti
Hooks Team
Fashion Director and Designer: Matheus Hooks
Marketing Director: Matheus Lopes

Nesta edição especial, a Hooks Magazine tem o prazer de entrevistar Gabi Lopes, uma artista multifacetada que está comemorando 20 anos de uma carreira repleta de conquistas e aprendizados. Gabi começou sua trajetória na TV, ao lado da icônica Hebe Camargo, e desde então tem se destacado como atriz, modelo, dubladora, apresentadora, produtora, empresária e influenciadora. Conversamos com a artista sobre seu caminho até aqui, os desafios enfrentados e seus planos para o futuro.



Gabi Lopes, com sua personalidade vibrante e talento nato, conta que nunca imaginou chegar tão longe em sua carreira. Desde criança, ela sentiu a vocação para ser atriz, e mesmo sem referências ou contatos na área, seguiu seu sonho com coragem e determinação. Aos 8 anos de idade, após ouvir um anúncio na rádio, decidiu que a atuação seria seu caminho, e ao longo dessas duas décadas, ela conquistou muito mais do que poderia imaginar.


Confira entrevista completa:


1 - Parabéns pelos 20 anos de carreira! Como você descreveria essa jornada até agora e quais foram os momentos mais marcantes para você?


Resumindo os últimos 20 anos da minha vida em uma palavra, acho que foi coragem! Eu tive muita coragem pra começar essa jornada, eu fui a primeira geração de artistas da minha família, eu fui a primeira pessoa da minha família que realmente resolveu seguir uma carreira artística. Então, eu não tinha referências, indicações, contatos, tudo que eu tinha era um sonho, uma vontade e uma certeza. Eu tinha uma certeza muito grande de que eu ia conseguir, eu não consigo explicar, mas desde criança eu sempre senti que meu caminho era ser atriz mesmo, eu só não sabia que eu teria essa grata surpresa durante esses 20 anos de acabar desenvolvendo outras carreiras, inclusive, a de produtora executiva. Mas uma palavra que me descreve bem é coragem, eu tinha 8 anos de idade, ouvi um anúncio na rádio, liguei e não imaginava que 20 anos depois estaria aqui, de forma alguma. Então, com certeza minha jornada foi de muita conquista, de muita produção, no sentido de que chegou um momento que comecei a entender que seria necessário eu me produzir até pra fazer outros papéis para fugir daquele estigma, onde eu era sempre encaixada, né. E aí foi quando me tornei produtora executiva, um dos momentos mais marcantes foi fazer Malhação, que sempre foi um marco no meu país. Eu, como jovem, sei que foi um grande sonho realizado. Ganhei prêmios internacionais como atriz tanto na Índia quanto em Los Angeles, eu nunca poderia imaginar isso! Esses são alguns dos momentos mais marcantes.

2 - Desde o início da sua carreira na TV até os dias de hoje, você teve a

oportunidade de explorar várias áreas, como atuação, modelagem, dublagem, apresentação e produção. Como você equilibra essas diferentes facetas da sua carreira?


Na verdade tem uma coisa sobre minhas facetas que eu sinto uma falta de compreensão. É que as pessoas quando vêem que eu faço muitas coisas, elas pensam "Nossa, como ela dá conta de fazer tudo?". É que eu não faço tudo isso junto! Assim como eu sou atriz, a minha carreira é uma carreira de atriz, é como se eu fizesse uma troca de personagem literalmente. Então, quando eu estou num momento mais de moda, um momento de desfile, por exemplo, eu visto uma personalidade mais sóbria, mais tranquila, eu estou ali para exibir um produto, sobretudo, e não para trazer minha personalidade. Como dubladora também, que já é um outro lugar, eu exercito muito mais a voz. Como produção, que eu me descobri essa mulher do business e também empresária também é uma outra faceta que eu ativo nos momentos certos. Eu sempre brinco que eu não vou como uma atriz pras minhas reuniões de negócios, eu vou como empresária/produtora executiva. Eu não vou como produtora executiva para um set de atriz, eu vou como uma atriz. Eu não vou como uma modelo para um set de dublagem, eu vou como dubladora. Então, eu acabo equilibrando de acordo com minha agenda mesmo, muito de acordo com as demandas que eu tenho e é como se eu ativasse essas skins, mas ao mesmo tempo é tudo muito natural. Não são vários personagens (risos) de personalidades diferentes, muito pelo contrário, a personalidade é a mesma. O que difere mesmo é o foco do dia. Eu sempre fui muito assim, sempre fiz muitas coisas, eu sou mulher, né? Nós, mulheres, no mesmo dia que somos mães, também organizamos nossas carreiras e também focamos para crescer como ser humano, para cuidar da casa. Então, mulher já é múltipla, acho que minha maior referência são as mulheres, acabei construindo minha carreira muito em cima de um feminino.


3 - Você mencionou que uma das dificuldades da profissão de ator/atriz é depender de oportunidades. Como você lida com os altos e baixos da indústria e o que te motiva a persistir e buscar novos desafios?


Eu sempre falo isso em várias entrevistas e aqui com certeza não vai ser diferente. Eu sinto que a profissão ator e atriz, assim como várias artísticas, poderia ser muito mais valorizada. E aí decorrente disso acontecem vários problemas, faltam oportunidades. Por mais que eu trabalhe muito, ainda assim, fazer mais de um trabalho por mês é quase que impossível, já consegui alguns meses, mas isso é bem raro. Eu sou uma pessoa muito enérgica, então, isso foi uma coisa que aconteceu, eu comecei a perceber que tinha muitos altos e baixos na indústria, e eu não poderia ficar sem fazer nada, eu tenho muita energia, eu gosto muito de criar. Foi aí que me tornei produtora executiva, estou caminhando pra me tornar showrunner, desenvolvendo os meus próprios projetos. E eu também lido com paciência, escolher bons papéis, estar em bons projetos, então acho que o que mais me motiva mesmo é ter essa vontade desde que nasci. Desde que nasci eu tenho essa vontade de ser atriz, explorar o meu potencial. Então eu acho que o que mais me motiva também é a busca por explorar meu potencial como um todo e não me limitar dentro de um lugar onde as pessoas já estão acostumadas com aquela narrativa de "atriz só atua". Eu vou cada vez mais saindo desse lugar e construindo uma carreira múltipla mesmo até pra lidar com esses altos e baixos da arte, porque se você conversar com qualquer ator você vai ver que, por mais que você quisesse, não tem trabalho toda hora. Então, a gente cria nossas oportunidades ou a gente se desenvolve em outros ramos. Isso não vai tornar a gente menos ator ou menos atriz!

4 - Durante os primeiros anos da sua carreira, você interpretou personagens mais jovens do que sua idade real. Como foi a transição para papéis mais adultos e como isso influenciou sua evolução como atriz?


Na realidade, eu tenho uma imagem de muito criança e novinha mesmo. Eu sempre fiz a filha, a neta, a menina, a amiga. Então, foi até engraçado, mas também porque eu comecei com 8 anos, né. Até os 24/25 foi assim, depois fui amadurecendo, foi uma transição natural mesmo, o mercado foi entendendo que eu tava mais velha, aí começaram a me convidar para fazer papéis diferentes. Fiz uma sequestradora, professora, comédias românticas mais adultas, então, realmente, o mercado foi se abrindo pra esse lugar e eu, como produtora, também cada vez mais estou produzindo papéis mais maduros para que eu possa atuar e ser vista de uma maneira diferente mesmo. A minha evolução como atriz se deu de forma muito natural, devagar, sabe? Fui de fato evoluindo dia após dia, papel após papel. Eu comecei com personagens muito novos e aí eu conheci muitas mães incríveis, como Danielle Winits, Luana Piovani, Luciana Vendramini e várias outras atrizes que, de fato, foram me abrindo muito esse lugar de maternidade, de troca. Depois passei para papéis mais maduros, que eu já não tinha esse apoio, mas já era um outro lugar, de uma busca sozinha. Enfim, a evolução se deu gradativamente de acordo com que os papéis foram evoluindo mesmo.


5 - Você mencionou a personagem Audra, de "Maior que o Mundo", como uma das mais marcantes da sua carreira. Como foi interpretar um papel tão diferente do que você estava acostumada e quais foram os desafios envolvidos?


Sim! A Audra foi a personagem mais marcante da minha vida, em “Maior que o Mundo”. Foi muito legal, porque foi um papel diferente, algo realmente diferente de mim, eu nunca experimentei cocaína na minha vida, eu fiz uma personagem não só viciada em cocaína, mas que está no seu ápice, que realmente passa por um processo grave de overdose. Então, pra mim foi um personagem extremamente desafiador, eu tive que fazer muita preparação, tive que ir em várias clínicas de reabilitação com ex-dependentes, conversei com muitos médicos que me explicavam o que acontecia no cérebro dos usuários quando entrava esse tipo de droga. Então realmente foi um estudo, foi um lugar onde aprendi muito, mesmo sem ter passado pela experiência, eu creio ter conseguido reproduzir de uma maneira fiel, porque eu fiz todo um estudo de caso.

6 - Ao longo dos anos, quais foram os maiores aprendizados que você adquiriu na indústria do entretenimento e como eles moldaram sua perspectiva como artista?


Ao longo dos anos, eu me desenvolvi na indústria do entretenimento e eu acho que isso foi uma coisa que me ajudou muito, tanto para me tornar uma produtora executiva quanto hoje trabalhando para me tornar showrunner, desenvolvendo histórias. Então, eu comecei a entender todos os lados e isso é o que eu acho mais interessante, porque quando você começa a entender diversos aspectos da sua própria profissão, você consegue ter mais respeito por todas áreas, inclusive, trabalhar melhor sua função de atriz, entendendo as demais, sabe? Então, eu acho que minha perspectiva como artista hoje é bem ampla, quanto pelo lado artístico da coisa, do desdobramento de criação de personagem e a criação de personagem através da temática energia. Eu comecei a ver que a energia tem uma vibração mesmo e o personagem quando está sentindo algo, ele também está vibrando algo. Então, eu comecei a criar meus personagens baseado nas escalas de frequência energética e vibratória, que estão disponíveis nos estudos científicos. Isso me fez muito mais ampla enquanto artista, pois eu entendi que aqueles personagens tinham uma parte rasa, que é o que a gente aprende nos cursos, mas também tinha uma parte profunda, que também tem vários cursos que explicam, que é esse lugar mais energético e imagético. E eu acho que me ajudou a ter uma visão mais ampla da profissão por eu ter tido outras áreas acopladas, entende?


7 - Nos últimos dois anos, você lançou sete filmes e também participou da série "Sintonia" em inglês. Como é para você ver seu trabalho sendo reconhecido tanto nacional quanto internacionalmente?


Adorei a pergunta, que incrível! Além desses feitos citados, eu também recebi um prêmio de melhor atriz em um festival da Índia, algo que eu nunca imaginei que eu poderia receber, um prêmio internacional, NA ÍNDIA! Mas eu já tinha recebido em Los Angeles também quando eu era mais nova, de melhor atriz, Best Actress. Sobre minha carreira, eu queria ser atriz e ponto. Não era sobre ser uma atriz premiada, uma atriz internacional… Era sobre ser atriz. Então, hoje, ver meu trabalho sendo reconhecido em outros países também, esse ano, inclusive, eu vou fazer meu primeiro filme internacional, eu vou atuar no Japão, em japonês, então eu não sei nem explicar o que é isso pra mim, porque eu nunca almejei. Eu sonhava como criança, a gente brincava “Ah, um dia em Hollywood”, mas ver que de fato tem premiações internacionais que premiam meu trabalho nacional e que hoje estou sendo convidada para trabalhos internacionais é realmente uma coisa muito diferente, eu sinceramente nunca imaginei. Pra mim é extremamente gratificante e só me mostra que estou no caminho certo. Eu acho que o trabalho de atriz tem esse lugar do glamour vindo muito à frente, mas pra gente que já trabalha há anos, eu, por exemplo, com 20 anos de carreira, a gente já entendeu que é um ofício. É visto muito menos como Glamour e sonho, e sim como ofício. Então, eu fico muito feliz e emocionada seguindo no meu ofício e nos meus sonhos.

8 - Você mencionou que tem planos para o futuro, incluindo produções

internacionais e atuação em outros idiomas. Poderia compartilhar um pouco mais sobre esses projetos e como você se prepara para explorar novos territórios na sua carreira?


Sim! Nesse ano, eu vou atuar tanto em japonês quanto em italiano, são línguas que eu já estou estudando, já comecei os cursos também. Eu me preparo primeiro estudando o idioma, por mais que eu possa decorar as falas, eu gosto de estudar mesmo, aprender o idioma, até pra caso eu precise me comunicar no set com a equipe, eu já estou preparada. Eu também estudo a cultura do país! Por exemplo, as minhas aulas de japonês estão vindo de acordo com a cultura, eu estou aprendendo como a pessoa que vive no Japão se comporta, então, tem uma diferença enorme na nossa cultura com a deles. Por exemplo, eles não dão abraço, pra eles é uma coisa um pouco diferente. Você começa a entender que você não pode só atuar ali, falar sua fala, você de fato precisa chegar ali entendendo o mínimo daquela cultura. Então, além disso, a equipe ajuda muito na preparação, os preparadores de elenco vão ajudando você a criar essa atmosfera da personagem.


9 - Como você enxerga o papel das redes sociais e do universo digital na indústria da moda e do entretenimento atualmente? Como você aproveita essas ferramentas para se conectar com seus fãs e promover seu trabalho?


Eu dou muitas palestras sobre esse tema! Eu tenho, inclusive, o meu curso “Do like ao lucro”. Eu olho pra rede social e vejo ela como uma extensão da vida real, a gente tinha vida social e hoje a gente tem a rede social. A rede é feita de conexões, enquanto na vida a gente está muito mais longe de se conectar com pessoas. Na rede, você está a um passo de tudo, é só abrir um profile no linkedin e você manda mensagem. Então, hoje, desde que a rede social entrou na nossa indústria, do entretenimento como um todo, eu vejo as conexões sendo feitas de uma forma muito mais fácil. E hoje para o meu lado de produtora isso é incrível, né? Porque eu me conecto com produtores, diretores, showrunners… Me associo, faço projetos, levanto coisas, então, as ferramentas da rede social servem para me fazer focar em estar ali conectada nessa rede de contatos em todos os âmbitos, tanto para produzir quanto para atuar. Inclusive, eu tenho uma história! No filme da Suzane Von Richthofen, eu fiz o personagem da Carol, e quando eu anunciei isso, uma seguidora comentou dizendo que conhecia a Carol. Era uma ex-cunhada dela. É muito curioso o quanto a internet e as redes sociais proporcionam para a gente essa conexão sem distância mesmo, né? Você pode se conectar com seu personagem, com um mercado novo, com um exibidor para você apresentar uma ideia… E, claro, você pode se conectar com sua audiência para promover seu trabalho. Hoje eu enxergo a rede social como uma ferramenta extremamente útil, caminhando lado a lado com meu trabalho, tanto no entretenimento quanto no artístico.

10 - Quais conselhos você daria para jovens aspirantes a artistas que desejam seguir uma carreira no mundo do entretenimento?


O principal conselho que eu tenho para quem quer entrar nessa área que estou há 20 anos é “Estude!!!”. Sério, estude mesmo, porque eu estou há 20 anos e já devo ter feito, pelo menos, uns 30/40 cursos, workshops e treinamentos. Eu nunca teria feito um curso único e teria deixado só por isso, porque o primeiro curso que eu fiz foi quando eu tinha 10 anos de idade (risos), eu não tinha nem condições de parar ali, sabe? Então, é até engraçado, que quanto mais a gente cresce e evolui, mais as nossas perspectivas são alteradas, mais a nossa mente é expandida, e, por fim, mais a gente passa a entender o trabalho dos outros como um todo. O que eu pensava sobre atuação antigamente era muito diferente do que penso sobre atuação hoje. Antes, eu não tinha esse aspecto da energia muito bem estabelecido, então eu nem pensava sobre a energia do personagem, apenas sobre a personalidade dele. Hoje, o personagem tem muitas camadas para serem trazidas, a arte é muito mais profunda e está muito mais descoberta do que quando eu comecei há 20 anos. Atualmente, eu suplico: estudem! Vocês querem entrar no ramo artístico e do entretenimento, estudem! “Ah, mas eu já sou ator, já estudei, hoje quero produzir” então, estude produção. “Ah, mas eu já sou produtor, queria muito me tornar showrunner” então, estude roteiro, estude criação. Estudem idiomas, estudem sobre a psique humana, estudem sobre psicologia, não é apenas sobre estudo das artes. Estude sobre você, se conheça, se reconheça, saiba quais são seus pontos altos, quais são os pontos baixos e fracos, onde você precisa melhorar… O estudo caminha junto com a evolução, você não evolui se não amplia sua consciência, e por consequência, você não amplia sua consciência sem estudar. Tudo começa pelo estudo.
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