Mayari Jubini: A Revolução da Moda Entre o Artesanal e o Futurismo com a Artemisi
- Matheus Hooks/ Editor-In-Chief
- há 6 dias
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De Cariacica, no Espírito Santo, para os holofotes internacionais: a trajetória de Mayari Jubini parece saída de um conto de superação e genialidade criativa. Aos 30 anos, a designer por trás da Artemisi já vestiu nomes como Katy Perry, Demi Lovato, Anitta e Xuxa, transformando corpos em esculturas vivas que desafiam a moda convencional.

Sua marca? Uma fusão ousada de alta-costura, tecnologia e arte manual, onde aço, madeira, resina e cristais convivem com impressões 3D e motores cinéticos.
Do Espírito Santo para o Mundo

Mayari construiu sua identidade criativa longe dos centros tradicionais da moda. Seu ponto de virada veio quando decidiu ignorar tendências e mergulhar em uma estética própria: futurismo high-tech com raízes artesanais. O reconhecimento global chegou com looks em celebridades internacionais e desfiles arrebatadores na São Paulo Fashion Week — que renderam à Artemisi prêmios como "Runway of the Year" e "Beauty of the Year".

Katy Perry wearing looks by Artemisi. Photos Disclosure Internet
Moda Como Experiência Sensorial

Photos Disclosure Artemisi - Photographer - @johnnymoraesph
Na Artemisi, um look nunca é apenas roupa. Pode ser uma estrutura de aço moldada por meses para ganhar ergonomia, uma peça com 70 mil cristais aplicados à mão ou um vestido que se transforma com movimentos mecânicos. "Cada criação é um problema resolvido com inovação", explica Mayari, que trata design como engenharia poética. Seus materiais não convencionais exigem fórmulas únicas — como nas peças 3D, que passam por estudos anatômicos para se tornarem vestíveis.

O Futuro é a Autenticidade
Celebrities wearing looks designed by Artemisi — Deborah Secco, Anitta, Demi Lovato, and Dulce Maria.
Enquanto o fast fashion massifica, Mayari prova que há espaço para o feito à mão com alma tecnológica. "Criar mundos é o novo luxo", diz ela, cuja marca já foi destaque em publicações dos EUA, Japão, França e além. O próximo capítulo? Expansão internacional e colaborações surpreendentes, impulsionadas pela demanda de clientes globais.
Por Que Artemisi Importa

Mayari Jubini não segue regras — ela as redefine. Seus looks são manifestações de um Brasil que ousa inventar o futuro, misturando tradição e vanguarda. Em um cenário de moda cada vez mais homogêneo, a Artemisi é um lembrete: a verdadeira inovação nasce quando arte, técnica e ousadia se encontram.
3 Marcas da Artemisi:
- Tecnologia com alma: Impressão 3D + detalhes pintados à mão.
- Materiais inusitados: Aço, resina e madeira viram segunda pele.
- Celebridades como cúmplices: De Demi Lovato a Katy Perry, artistas buscam sua assinatura disruptiva.
Fizemos uma entrevista exclusiva com Mayari, confira a seguir:
1. Mayari, sua jornada começou em uma comunidade de Cariacica e hoje você veste ícones globais com criações que misturam arte, tecnologia e luxo artesanal. Que momento você considera o verdadeiro ponto de virada na sua trajetória?
A trajetória da Artemisi teve vários pontos de virada, cada um revelando uma nova dimensão da nossa identidade. Um deles foi quando criei uma coleção totalmente alinhada com aquilo que eu realmente acreditava esteticamente — que é a estética que eu trabalho hoje — uma fusão entre o futuro, o high fashion e a técnica.
Outro momento decisivo foi quando vesti a Demi Lovato pela primeira vez. Aquilo marcou o início da nossa presença internacional, que depois se ampliou com nomes como Katy Perry, Usher, entre outros.
E claro, os desfiles também foram extremamente significativos, eles repercutiram em muitos países e mostraram ainda mais ao mundo quem somos.

2. A Artemisi é conhecida por dissolver as fronteiras entre moda, arte e tecnologia. Como nasce um look da marca — da ideia ao corpo da celebridade?
Cresci cercada pela arte — ela não é só uma influência, é parte de quem eu sou. Por isso, cada look nasce como uma extensão dessa relação íntima e visceral com o fazer artístico. Nada é genérico. Cada criação é pensada de forma minuciosa e especial.
A criação, para mim, é um processo profundo e intenso. Revisito tudo o que me afetou ao longo da vida e transformo tudo isso em estética, o universo da Artemisi. É um mergulho que se materializa em formas, texturas e escolhas de materiais que dialogam com a tecnologia e o feito à mão.
Fico muito feliz em perceber que esse universo é desejado por artistas e personalidades do mundo inteiro. Tenho um respeito enorme por cada um que se aproxima da Artemisi, porque sei que não se trata apenas de vestir uma peça de roupa — trata-se de colaborar com a construção de uma imagem, de um símbolo.
3. Qual foi o maior desafio técnico que você já enfrentou em uma criação?
Como estou sempre me desafiando — explorando técnicas inovadoras e materiais nada convencionais — os desafios fazem parte constante do meu processo. Eles não são exceção, são quase regra.
Um exemplo marcante foi no último desfile, com um look que unia moda e arte cinética. Ele era acionado por um motor desenvolvido especialmente para o look, construído em madeira, laser e finalizado manualmente. Conforme se movia, os elementos do look formavam novos desenhos visuais. Foi um trabalho complexo, que exigiu precisão técnica e sensibilidade artística.
Outro grande desafio foi uma peça inteiramente feita em aço. Foram meses de desenvolvimento, moldando um material tão rígido de forma ergonômica.
Também teve o look com mais de 70 mil cristais aplicados manualmente, um a um.

4. O uso de materiais não convencionais como aço, madeira, resina e impressões 3D redefine o que entendemos como “roupa”. Como você equilibra inovação e funcionalidade no seu processo criativo?
Esse é um dos pontos centrais no meu processo criativo. A funcionalidade é algo que considero com muito rigor — não apenas como um complemento, mas como parte essencial da técnica. Quando crio um look, não estou apenas construindo uma estética: estou resolvendo um problema, encontrando soluções inéditas para formas que ainda não existem.
Cada peça inovadora exige uma nova fórmula. Não há caminhos prontos quando se trabalha com inovação e materiais não convencionais.
Por exemplo, nas peças feitas em impressão 3D, há todo um estudo ergonômico e técnico para que aquela estrutura se molde ao corpo.
Eu uno conceito e experiência. Por isso, cada peça da Artemisi é, ao mesmo tempo, escultura e engenharia.
5. Em um mundo onde o fast fashion domina, sua proposta artesanal e altamente tecnológica caminha na contramão. Como você vê o futuro da moda diante desse contraste?
Acredito q o sucesso da Artemisi tenha acontecido exatamente por isso, não olhei o caminho dos outros, quis criar o meu próprio.
Atingi um nicho de mercado que pedia exatamente aquilo que sempre amei criar – um universo único e inovador.
Hoje, mais do que nunca, a verdadeira criação — aquela que ousa ser diferente — será o novo luxo. O fast fashion, com sua lógica de repetição e velocidade, terá que se reinventar. O futuro pertence a quem cria mundos.

6. Qual é o próximo passo da Artemisi? Podemos esperar colaborações, expansão ou novas experiências imersivas?
Sim, com certeza. Os próximos passos da Artemisi estão fortemente ligados à internacionalização da marca. Temos recebido uma procura crescente de personalidades internacionais, e isso tem direcionado naturalmente nossa expansão para fora do Brasil. Todos os últimos looks sob medida que criei foram adquiridos por artistas estrangeiros — um da Tailândia, outro dos Estados Unidos e outro da Colômbia, por exemplo.
Além disso, seguimos sempre desenvolvendo novas criações e experiências. E, em breve, vamos lançar uma colaboração muito especial.
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