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Melissa Moura: A modelo e investidora que conquista o mundo com sua versatilidade

"BRAZIL" COVER EDITION - JULY ISSUE


Photos: Levítico Cruz - @oficiallevicruz
Make: Carol - @bycarolfranca
Videomaker : Thaynan Rangel - @thaynanrangel_
Production of the look. : Diogo Venâncio - @eldiogro
Hooks Team / Fashion Director: Matheus Hooks - @directorhooks
Marketing Director: Matheus Lopes - @mathlopes

Melissa Moura é uma verdadeira inspiração para aqueles que desejam alcançar o sucesso em diferentes áreas. Modelo reconhecida e investidora de sucesso, ela é um exemplo de versatilidade e determinação. Nesta edição especial da Hooks Magazine, temos o prazer de apresentá-la como o rosto da nossa capa, trazendo uma entrevista exclusiva.


Com uma formação em administração de empresas, Melissa enxergou a importância de diversificar seus interesses e expandir seus horizontes. Além de dominar o mundo da moda, ela também se destaca como uma investidora habilidosa, apostando em ações, fundos imobiliários e criptomoedas. Sua abordagem estratégica e conhecimento do mercado financeiro a colocaram em um patamar de destaque nesse setor.

Morando atualmente em Paris, Melissa nos conta, em entrevista, suas inspirações sobre a criação fashion da capa, fala sobre diversidade e nos traz uma mensagem importante sobre sustentabilidade no mundo da moda.



Confira agora entrevista exclusiva:


1. Você utilizou um look inteiramente feito através do upcycling do Jeans na capa da Hooks. Como você enxerga a moda sustentável e seu papel na construção de um futuro mais consciente?


Acredito que a moda tem um papel de representatividade na vida das pessoas. Quando você veste algo, você expressa aquilo que tem dentro de você, sua personalidade, seu estilo, seus gostos, sua criatividade e, logo, também seu modo de pensar. A moda upcycling abrange várias temáticas, na minha opinião. Estamos falando de consciência, representatividade e inclusão. No que se trata da consciência, devemos saber que, segundo um estudo feito pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a produção da indústria têxtil é responsável por 2% a 8% do volume de emissões de gás carbônico mundial. Além disso, a fase de tingimento é uma das maiores causadoras de poluição de fontes de água. Ao falarmos do tecido jeans e suas fases de produção, estamos falando de um número alto de poluição. Acredito que a partir disso já é um bom motivo para começarmos a pensar em aplicar um novo conceito em matérias e tecidos que seriam descartados.
Em relação à representatividade e inclusão, é poder inserir pessoas de todas as classes dentro da moda. Uma vez que podemos encontrar diversas peças já usadas a partir de doações ou em garimpos de brechós, trazendo uma nova chance para aquelas peças. Podemos customizá-las ou cortar e refazer uma peça do zero, como foi o caso do look da capa.
Junto com a autenticidade do estilista Diogo Venâncio, que foi responsável pela criação do look e que já traz em seu trabalho peças que envolvem streetwear, quiet luxury e a upcycling, pensamos em como pegar calças jeans em brechós beneficentes e refazer um look por completo, desde calça e top até os sapatos customizados. É consciência junto com a tendência All jeans.

2. Como o upcycling se tornou uma parte importante do seu estilo e das suas criações? Você utiliza no dia a dia?


Eu sempre gostei de experimentar estilos e looks durante a minha adolescência, que acredito ser a nossa fase de testar novos estilos e criar personalidades. Vestir-se era uma maneira de mostrar algo que estava guardado dentro de mim. E eu me recordo com muito carinho que, durante meus 15 e 16 anos, eu rodava São Paulo inteiro garimpando brechós e customizando looks para poder ir nos bailes e eventos culturais da época.
Eu queria fazer parte da moda, queria ter peças exclusivas e únicas que mostrassem a minha personalidade. Essa era a forma que eu tinha para montar looks. Na época, eu não pensava muito na questão sustentável, era mais por uma questão financeira (kkkk). Mas isso me possibilitou criar novos conceitos com peças que outras pessoas já não viam mais valor. Fez com que eu desenvolvesse a criatividade e, logo, visse a importância de você conseguir dar novas chances para aquela peça parada.


3. Como a moda afeta na sua vida profissional e pessoal, é seu foco como empreendedora?


A moda me faz ser e sentir. A partir dela, eu consigo me expressar e me sentir livre para criar. Na minha vida pessoal, ela mostra um pouco do que tem guardado intrinsicamente dentro de mim. E no meu lado profissional, ela me mostra as possibilidades de criar diferentes contextos e temas, de brincar com os estilos, de colocar pautas importantes que são expressadas a partir da modelagem.
O meu foco é mostrar que ela pode alcançar vários grupos. O importante é ser real e carregar significados de pertencimento e representação.

4. O filme novo da Barbie tem trazido à tona a importância da diversidade e da representatividade na moda. Como você acredita que essa abordagem impacta a indústria e influencia os padrões estéticos?


O tema All Jeans consciente, junto com uma capa tendenciosa puxada para o filme da Barbie, nos faz refletir sobre a diversidade, não só das roupas, mas também de corpos e pessoas. Por muito tempo, a moda era vista somente para a classe elitizada e para corpos padrões magros e brancos. Hoje, estamos trazendo cores, etnias, gêneros e estilos, mostrando a partir disso que existe uma diversidade e que ela deve ser respeitada e ter o sentimento de pertencimento em todas as áreas, e em especial, dentro da moda.


5. Quais são as principais mudanças que você percebeu na indústria da moda em relação à aceitação e celebração da diversidade de corpos e estilos?


Houve a necessidade de aumentar a conscientização sobre as diversidades, uma vez que aquilo que nos era imposto não representava de fato a maioria. Dessa forma, cria-se a oportunidade de novas marcas surgirem e grandes marcas se adaptarem ao que, de certo modo, se torna tendência. A moda é revolucionária e, aos pouquinhos, ela vai se transformando e vamos ganhando espaços que antes não eram vistos.
Um exemplo disso, que inclusive teve vários comentários, foi a nomeação de Pharrell como diretor-criativo da Louis Vuitton. Por ser uma grande marca, houve muitas críticas por ele ser nomeado para o cargo devido à falta de formação na área. No entanto, ele respondeu de forma simples e sincera: "Eu faço coisas para os humanos". Durante o primeiro desfile comandado por ele em Paris, Pharrell nos mostrou que moda é aquilo que representa as pessoas, é sentimento de ser e de fazer parte de algo. A moda é um movimento e os amantes são artistas.
E a cada conquista, devemos celebrar, pois aos poucos estamos ocupando espaços e mostrando a nossa existência e estilo.

6. Qual é a sua mensagem para os aspirantes a designers e amantes da moda que desejam se envolver com a moda sustentável e promover a diversidade em suas criações?


A mensagem que eu tenho para deixar para os amantes da moda é: seja autêntico e revolucionário. O que te fará diferenciado e único é a sua autenticidade e paixão por aquilo que você está criando.
Em uma conversa com o Diogo, criador do look, ele me disse algo que me fez refletir muito sobre o que é a moda de fato: "Toda peça bem construída tem a paixão e gana por parte dos seus autores. Todo esse sentimento é o que resulta na magnitude de expor o que está dentro de si e trazer uma nova perspectiva do que é a moda. Ela não se limita a cortes retos e costuras perfeitas. Refere-se a fazer acontecer com o que se tem em mãos, porque uma simples agulha de mão, linha e uma tesoura podem transformar algo singelo em uma peça incrível, inédita, como ninguém nunca poderia pensar. É ser único e confiar no seu coração."
Para aqueles que querem se envolver com a moda sustentável, é muito simples e até divertido garimpar brechós da sua cidade. Busque referências de estilos, aproveite tecidos de coleções passadas e recrie novas peças e recortes. Deixe-se levar pela criatividade. Dessa forma, você transformará o simples no extraordinário.



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