Nat Valverde: A estrela que transforma música em espetáculo
- Matheus Hooks/ Editor-In-Chief

- 2 de out.
- 4 min de leitura
'STARS' COVER EDITION - OCTOBER 2025 ISSUE

Explosiva nos palcos, magnética nas pistas e inovadora em cada detalhe de sua estética artística, Nat Valverde estampa a capa da edição STARS da Hooks Magazine. Mais do que uma DJ, ela é uma força criativa que transforma cada apresentação em um espetáculo sensorial, unindo moda, música, audiovisual e performance em uma fusão arrebatadora.
Natural de São Paulo (Brasil), Nat vem se consolidando como um dos grandes nomes da cena eletrônica internacional. Sua trajetória, que começou nos clubes paulistanos e rapidamente ganhou o mundo, já passou por Lisboa, Madrid, Barcelona, Bélgica, Austrália, Estados Unidos, Canadá e América do Sul. Hoje, ocupa a 25ª posição no Top 100 DJs da DJ Mag, reconhecimento que consagra não apenas seu som poderoso, mas também sua singularidade artística.

Com um estilo que mescla House, Tech House e intensidades do Melodic House, seus sets ultrapassam o óbvio. São experiências imersivas onde figurinos, criados pela própria artista, dialogam com os beats, enquanto visuais impactantes constroem narrativas paralelas ao som. O resultado é uma catarse coletiva que vai muito além da pista de dança.
“Meu processo criativo começa sempre pelo contexto: o tipo de festa, o estilo do evento, a primeira música que vai abrir a noite. Tudo precisa estar conectado com o figurino, porque acredito que cada set deve contar uma história”, explica Nat, revelando a maneira como moda e performance se entrelaçam em sua identidade.
Entre suas referências, o pop, o cinema e a moda são pontos de partida essenciais. Divas icônicas, desfiles e até animações dão vida a cenários visuais que fogem do óbvio e se tornam parte central de sua proposta. “Gosto de buscar inspirações inesperadas, porque quero trazer sempre algo único e inovador para o público”, afirma.

A autenticidade é, sem dúvida, sua maior marca registrada. Foi ela que levou Nat a dividir palco com nomes como Vintage Culture, Bruno Be, Carola e Pontifexx, e também o que a tornou inesquecível nos grandes festivais por onde passa. “A conexão verdadeira só acontece quando você é genuína. Não adianta seguir padrões ou imitar o que já existe. O público sente quando você está trazendo sua essência para o palco”, conta.
Confira entrevista exclusiva:
1. Como nasce o processo criativo para transformar cada figurino em parte da narrativa dos seus shows?
O meu processo criativo inicia-se a partir da análise de diversos fatores, como o tipo de festa — se é durante o dia ou à noite —, o estilo musical e o tema do evento. Além disso, sigo as diferentes fases da minha carreira, criando um estilo próprio de figurinos que se adapta a cada ocasião. Acredito que a introdução, a primeira música do show, deve dialogar com o look escolhido, pois sempre busquei contar uma história através da música e da roupa. Essa conexão entre figurino e narrativa é fundamental para mim.

2. Quais referências de arte e cinema influenciam a construção dos cenários e visuais ao vivo?
Sem dúvida, minhas referências artísticas e cinematográficas têm um papel crucial na construção dos meus cenários e visuais. Inspiro-me em divas pop, além de acompanhar tendências de moda e desfiles. O cinema também é uma fonte rica de inspiração; muitas vezes, encontro ideias em filmes ou até em animações. Gosto de explorar referências que não são óbvias, fugindo do convencional na cena eletrônica. Isso me permite trazer algo único e inovador para os meus looks.
3. Em que momento você percebeu que seu som tinha alcance realmente internacional?
Minha trajetória se desenrolou rapidamente e minha primeira viagem internacional, para a Argentina, ocorreu apenas alguns meses após eu começar a tocar. Essa experiência abriu portas para diversas oportunidades. Desde o começo, meu trabalho se destacou por apresentar performances temáticas e figurinos elaborados, o que atraiu a atenção do público e dos produtores. Essa singularidade certamente contribuiu para que meu som alcançasse um público mais amplo e se tornasse viral.

4. O que podemos esperar da nova sonoridade da sua próxima tour e como ela dialoga com sua identidade atual?
Essa é uma pergunta empolgante, pois estou vivendo um momento de transição na minha carreira, trazendo uma nova sonoridade para alcançar novos públicos. Enquanto quero continuar conectando com o público que já me acompanha, também sonho em expandir meu alcance, explorando as vertentes do House e do Tech House. Embora sempre tenha tocado esses estilo. Esse segundo semestre estamos desenvolvendo alguns projetos inovadores que ainda não posso revelar, mas que estou ansiosa para compartilhar. Meu objetivo é manter minha identidade forte e autêntica, levando minha estética e referências musicais para essas novas experiências, sem perder a essência que me define.

5. Qual é o segredo para manter a conexão intensa com o público, mesmo em grandes festivais?
Para mim, o segredo para manter uma conexão intensa com o público, mesmo em grandes festivais, é sempre ser autêntica. Pode parecer clichê, mas é a pura verdade: trazer a sua essência para o palco é fundamental. Se você tenta se adequar a padrões ou copiar o que já foi feito, isso não ressoa com as pessoas. A conexão verdadeira acontece quando você se apresenta de forma genuína, independentemente de ser ousada ou convencional. A autenticidade é o que realmente diferencia cada artista e garante que você se conecte com seu público de maneira significativa.
































