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Público LGBTQIA+ pode se sentir cada vez mais representado no mercado de calçados nacionais


Aposta em sapatos exclusivos para mulheres trans, drag queens e crossdressers evidencia o potencial do segmento pouco explorado.

Fotógrafo Joao Frós

Drag Queen Andrea Andrews

O mercado de calçados no Brasil atualmente oferece muita variedade de estilos e nichos. Porém, mesmo com tantas opções de sapatos, os grupos minoritários ainda sentem dificuldade em encontrar produtos acessíveis e de qualidade.


A Soul Calçados, marca carioca criada na pandemia, decidiu investir em um catálogo exclusivo para mulheres trans, drag queens e crossdressers, pensando na necessidade que essas pessoas têm de encontrar opções de sapatos que sejam de qualidade, conforto e beleza ao mesmo tempo. A marca trabalha com sapatos com numeração especial, que vão até o número 43. O criador da empresa, Filipi Sant’Anna, explica como surgiu a ideia:


“Muita gente sequer sabe disso, mas certas parcelas da comunidade LGBTQIA+ enfrentam muitos desafios no dia a dia, em tarefas simples como a compra de um sapato”, afirma. Segundo o empresário, as mulheres trans, drag queens e crossdressers são as que mais sofrem com esse problema.

“Por geralmente terem um pé maior do que o tamanho adotado pelo mercado de calçados para desenvolver cada par, fica complicado encontrar sapatos bonitos e confortáveis e com design moderno”, aponta.


Observando o panorama do mercado, ele identificou também uma oportunidade de negócio. “As minorias não são devidamente representadas em pleno 2021, o que torna o cenário preocupante. Assim, analisamos essa falta de opções e decidimos atingir esse público, já que 90% do mercado não olha para ele.”

Filipi revela que a equipe leva em consideração o cotidiano dos clientes para confeccionar cada detalhe dos sapatos. “A confecção é feita de acordo com as cores da estação e com solas maiores e mais resistentes, pois a procura geralmente se concentra entre os números 40 e 43. Em seguida, desenvolvemos um protótipo e enviamos para a produção. Percebemos que os calçados são usados, na sua maioria, na correria do cotidiano, antes ou durante performances, e até mesmo em encontros e reuniões das classes”, acrescenta.


Os sapatos voltados para os drag queens e crossdressers são bastante parecidos com os vendidos no e-commerce da marca para o público em geral, que é majoritariamente feminino. As diferenças estão no reforço do material e no acabamento mais extravagante.

“Prezamos sempre pela qualidade e durabilidade dos produtos, então investimos no reforço do material que desenvolvemos. Alguns pares também adaptamos para dar maior praticidade no uso e aprimoramos com tonalidades vibrantes, com inspiração em luz e brilho”, destaca.


O foco da Soul Calçados, desde o início, era a venda online de sapatos. Atualmente, a empresa já conta com duas lojas físicas em shopping centers e planeja expandir sua atuação em diferentes pontos de venda. Trabalhar com a diversidade faz parte da história da empresa, de acordo com Filipi.

“Quando uma drag, um crossdresser, uma mulher trans encontra o sapato perfeito em uma loja convencional de um grande shopping, como as nossas lojas físicas, isso realmente se torna um grande marco da era em que a diversidade ganha cada vez mais espaço”, celebra.

Para o empresário, atingir de forma positiva a comunidade LGBTQIA+ é super importante. “Gostamos de trabalhar com todos os públicos, mas ver a Soul atingindo pessoas esquecidas pelas grandes marcas do mercado me enche de orgulho e reforça a ideia de colocarmos as minorias em evidência”, celebra. “Somos plurais e queremos quebrar ainda mais barreiras com o passar dos anos.”


Acompanhe a marca no Instagram @soulcalcados e pelo site


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