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Tyane Aline: conheça a maior influencer das lojas do Brás, em especial edição São Paulo para Hooks!









Tyane Aline é a maior influencer especializada na divulgação das lojas do Brás. Criadora do

canal Rastros Femininos, ela se especializou em divulgar o tradicional bairro de compras de

roupas localizado na capital paulista, que atrai compradores do Brasil todo. Tyane virou

referência no assunto. Ela acumula 1,6 milhão de seguidores no Instagram e mais de 742 mil

inscritos no Youtube.




Perseverança é o que define essa jovem de Campinas. Ela iniciou seu trabalho em 2015,

quando os Influencers ainda não eram tão populares, recebeu muitos nãos dos lojistas ao querer gravar seus vídeos, chegou a perder o canal do Youtube, mas se reergueu e se mantém como a maior influencer deste segmento, tendo sido, inclusive, personagem fundamental para que inúmeros lojistas não falissem durante a pandemia. Ela é a entrevistada desta edição.









Qual foi o caminho trilhado até virar, por 3 anos seguidos, o maior canal de divulgação de lojas do Brás?

Eu comecei em 2015, chegando nas lojas sem pretensão e gravando gratuitamente. Fortaleci meu nome trabalhando e mostrando aquele universo de compras para as pessoas que viam meus conteúdos. Eu tinha emprego na área de Recursos Humanos, o que eu fazia no Brás era por hobby. Até que comecei a ganhar dinheiro em 2018, foram 3 anos sem receber nada. Eu produzia os vídeos no Brás porque eu gostava muito de fazer aquilo, para mim bastava o reconhecimento do meu trabalho, o dinheiro veio como consequência. Hoje é uma ferramenta de muito sucesso, mas não comecei com essa pretensão, se me dessem uma blusinha de R$10 estava pago. Trabalhei sozinha até 2019, mas, devido ao crescimento, precisei contratar profissionais para me ajudarem. Hoje tenho uma equipe de oito pessoas, pois eu não conseguia mais atender a demanda de responder as seguidoras, os lojistas, ainda editar os vídeos e fazer as gravações, sempre fiz questão de responder cada uma, mas depois de um tempo, ficou humanamente impossível. Quando comecei, muitos lojistas nem conheciam as redes sociais ou pensavam em vender no meio online. Eu chegava com meu celular para gravar nas lojas e recebia muitos nãos, vários olhavam de cara feia, diziam que não queriam saber de gravação ali, achavam que eu estava mal intencionada. Até que alguns topavam. Com o tempo, eles viam que de fato eu atraía clientes com meus vídeos e começaram a me chamar. Eu decidi fazer isso porque desde criança frequentava o Brás com a minha avó e realmente gostava daquilo.



Como você acha que conseguiu mudar a imagem do Brás no Brasil?

O Brás era muito marginalizado, tinha uma imagem de que você seria assaltado, que era mal frequentado, que as peças eram sem qualidade, mas aos poucos consegui passar pelos vídeos que não era isso. Hoje vejo muitas seguidoras que dizem que tomaram coragem de frequentá-lo por minha causa, viram que há roupas com qualidade e estilosas. Mais do que isso, hoje há muitas que me agradecem por tê-las incentivado a empreender. Assistindo ao meu canal muitas viram ali uma possibilidade de ganhar dinheiro, pois eu mostrava, por exemplo, blusinhas que custavam R$ 10 que poderiam ser revendidas por R$ 29,90. Muitas se inspiraram, pegaram seu dinheiro e foram lá comprar peças que eu sugeri, conseguiram montar suas lojas de roupas e tiveram sucesso. É muito gratificante ver que meu trabalho ajudou tantas mulheres a mudarem de vida, algumas choram ao me encontrar, escuto muita gente dizendo que foi estimulada a empreender por minha causa.


O Brás foi bastante afetado pela pandemia, como seu trabalho ajudou estes lojistas?

Meu trabalho auxiliou para que o lojista tivesse a imersão na internet e que suas vendas não paralisassem, pois muitos só vendiam e contavam com os clientes no ponto físico. Comecei a falar sobre isso em uma época em que muitos nem queriam saber de mundo virtual, eram aqueles donos de loja tradicionais, acostumados a vender presencialmente a vida toda, que achavam que não era importante vender pela internet. Eu explicava que a internet era a calçada virtual deles, mas muitos eram resistentes. Até que veio a pandemia. Ela acelerou um movimento que aconteceria cedo ou tarde, mas foi muito abrupto, do dia para a noite eles tiveram que fechar suas lojas e se viram perdidos. Muitos que inclusive me disseram não várias vezes vieram me procurar pedindo ajuda para vender pela internet, pois não tinham contato dos clientes, não sabiam usar as ferramentas de vendas e as redes sociais. Vários deles no passado fecharam a porta para mim, não me deixavam nem entrar na loja para gravar. Virei um elo entre os vendedores e os clientes, pois inúmeros compradores começaram a me procurar querendo saber se as lojas online eram confiáveis, se eu conhecia aquela marca. Acabei aproximando clientes e lojas, pois eles tinham o canal Rastros Femininos como uma referência. Uma das frases que mais escuto dos comerciantes é que graças ao meu trabalho puderam vender durante a pandemia e conseguiram sobreviver.



Como você é recebida hoje pelos lojistas?

Hoje mudou muito, o reconhecimento e valorização do meu trabalho cresceram bastante. Vim de muitos nãos e hoje me recebem felizes, “Tyane, por favor, vem na minha loja”. Para mim foi uma virada de chave a pandemia e o fortalecimento na internet.

Você se veste só com roupas do Brás? Sim! É muito difícil eu comprar algo fora do Brás, além disso, eu também recebo muitas roupas para divulgação e como presente. Eu também sempre presenteio as minhas seguidoras, é uma forma de prestigiá-las e agradecer, afinal, eu não seria nada sem elas. Criei um quadro chamado “Prestigiadas”, no qual envio 90% das peças que recebo.

Quais altos e baixos foram determinantes nessa trajetória?

O momento mais marcante foi quando perdi meu canal do Youtube e, no ano seguinte, meu Instagram. Ambos foram por denúncias, pessoas que não gostavam de mim. O Instagram foi de 2019 para 2020, fiquei 6 meses sem ele, perdi uma semana após comemorar os 400 mil seguidores. Foram tempos muito difíceis, pois parei de monetizar, muitas pessoas acharam que eu havia desistido, foram muitos prejuízos e tenho medo até hoje de que isso possa voltar a ocorrer. Quando trabalhamos com redes sociais estamos muito expostos. Eu fazia vídeos andando nas ruas do Brás e apareceram produtos falsificados, eu não divulgo estes itens, mas apareceram nas imagens e me denunciaram como se eu estivesse divulgando, o que não faço. Mas esse momento também mostrou a força do meu trabalho, pois por meio de uma ação judicial recuperei o canal e me reergui rapidamente. Quando ele voltou, triplicaram os seguidores, porque a comoção foi muito forte. Os comerciantes e as próprias seguidoras passaram a me divulgar. Foi um momento marcante. Lido constantemente com o medo de cair novamente, o trauma foi muito grande, quase perdi minha empresa. Para me reerguer foi difícil, fiquei até desanimada, mas superei.

Quais os próximos planos?

Hoje meu trabalho tem bastante reconhecimento, as pessoas às vezes não sabem meu nome, mas me reconhecem e me chamam, “a moça dos vídeos”, muitos dizem. Hoje vivo um momento ótimo, pretendo expandir meu canal, vejo que estamos tomando uma proporção muito grande e temos outros polos comerciais para explorar em outras capitais. Há diversos locais de comércio a serem divulgados e explorados pelo Brasil, quero ter uma equipe que vá a estes lugares, em outros estados, o Rastros Femininos pode virar Rastros Masculinos, por exemplo.



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