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A Jornada de Matheus Hooks: Da Criação de um Blog ao Sucesso Internacional da Hooks Magazine

CAPA EDIÇÃO EXCLUSIVA "LEGACY" - GLOBAL ISSUE

Photos: Gutyerrez Erdmann- @gutyerrez

Look: WELLUSED - @_wellused

Director Design Cover: Matheus Lopes - @mathlopes


Diego Matheus Carlota Rocha, mais conhecido como Matheus Hooks, é um designer gráfico de formação que sempre amou escrever e participar do mundo da moda. Aos 15 anos, Matheus criou um blog chamado "Blog do Ganchu". "Ganchu" era um apelido dado por um amigo que o chamava de Capitão Gancho (personagem do desenho "Peter Pan"). A criação desse blog foi uma forma de escape para sua mente, que desde a infância não se sentia aceita nem igual às outras crianças. Foi então que ele percebeu que existia um mundo onde as pessoas podiam se expressar livremente - o "universo da moda", como ele o chama, tornou-se seu refúgio seguro. No blog, ele postava fotos de desfiles como o "Victoria's Secret Fashion Show" e textos sobre sua visão desse universo.


No entanto, a vida continuou, e ele precisava considerar a realidade em que vivia. Com pais religiosos que eram pastores, viu-se com poucas opções de carreira. Dos 15 aos 24 anos, ele teve várias profissões paralelas ao blog, sempre no mundo da moda, indo de Visual Merchandising a entrevistador de TV em eventos da Vogue, sempre escrevendo sobre os eventos que cobria e trabalhando com marcas.



Aos 24 anos, ele mergulhou de cabeça no mundo da escrita em revistas, trabalhando em revistas físicas como escritor, colunista e diretor de moda. Quando percebeu que seu blog estava alcançando grande visibilidade e colaborando com grandes marcas como "Deezer" e "Cheetos", decidiu transformar o "Blog do Ganchu" em uma revista de moda.


O "Ganchu" tornou-se "Hooks", derivado do inglês. Com esse novo nome, a revista cresceu e se tornou a queridinha dos famosos, que a divulgavam para milhões de seguidores desde o início. Para ilustrar o crescimento da revista, apenas uma capa com Kat Graham (atriz de Hollywood - The Vampire Diaries) conquistou mais de 50.000 seguidores.


O foco internacional sempre fez parte da identidade da revista desde sua criação. Desde o início, foram estabelecidas parcerias e colaborações com artistas e marcas de além da sua esfera imediata. A primeira capa da revista apresentava uma dupla de cantoras australianas conhecidas como "No Frills Twins".



Hoje, a revista tem parceiros em mais de 30 países ao redor do mundo, lançando semanalmente capas, editoriais, entrevistas e artigos de diversos lugares, alcançando milhares de pessoas com ideias, pensamentos e vivências distintas. Em 2024, a Hooks chegou à marca de 704 mil seguidores no Instagram e 1 milhão e 100 mil seguidores em suas duas contas do TikTok. Além disso, os vídeos da revista acumulam mais de 32 milhões de curtidas.


A fama da revista nas redes sociais nunca foi o foco do fundador mas ele conta em entrevista o que faz a diferença “Ser referência no que faz atrai pessoas que se identificam, nosso conteúdo é feito com paixão, sem meias palavras, sem fofocas, só conteúdo único e preciso.” Disse Matheus Hooks.


Confira entrevista exclusiva:


1. Como começou sua jornada na indústria da moda, a partir do Blog do Ganchu, cerca de 12 anos atrás?


Bom, há 12 anos atrás, obviamente, a internet não tinha todas essas possibilidades de hoje em dia, mas existiam algumas plataformas de escrita. Eu comecei com um blog no Blogger e no Tumblr, e depois abri meu próprio site. Cresci em Curitiba, uma cidade que, na época, não tinha tanta representatividade na moda, então costumo dizer para meus conhecidos da época que trabalhavam com moda que nós fomos os pioneiros na cidade. Eu mesmo fui nos primeiros desfiles de edições que hoje já nem existem mais na cidade, ou alguns já estão bem consolidados. Sempre busquei muito as oportunidades, então me apresentava para cobertura de eventos pelo blog do Ganchu, fazia vitrines de lojas para ganhar dinheiro, e também escrevia sobre lançamento das marcas. Tudo isso, claro, demorou para me dar retorno financeiro, então continuei em empregos paralelos, tive lojas de roupas, trabalhei como Visual Merchandising em Shoppings e até tive um atelier de costuras. Na metade dessa trajetória de anos, encontrei alguns amigos que trabalhavam na área de jornalismo de moda, e foi nesse momento que me encontrei, com design gráfico artístico e escrita, chegando a transformar meu antigo blog em uma revista de moda.

2. Poderia compartilhar algumas insights sobre sua transição de blogueiro de moda para repórter e diretor de moda em revistas?


Basicamente, como blogueiro, eu apresentava uma ideia e usava minha imagem para expressar o que eu pensava e apoiava. Hoje, não é tão diferente; eu faço isso, mas quem aparece é a Hooks Magazine e não mais o Matheus Hooks. Nunca gostei tanto de aparecer com minha imagem, então, com a revista, consigo expressar minha arte, usar minhas ideias para algo maior, sem precisar fazer propaganda do meu "rosto". Fui repórter em eventos em Curitiba, onde aprendi muitas coisas, mas foi por pouco tempo; logo após, comecei a trabalhar com revistas, escrevendo, fazendo entrevistas e direção de moda.


3. O que inspirou a transformação do Blog do Ganchu em uma revista online, especialmente durante os desafios trazidos pela pandemia de COVID-19?


A pandemia mudou minha visão sobre muitas coisas, e uma delas foi a conexão que perdemos com as coisas e as pessoas pessoalmente. Tive vários pensamentos sobre isso e usamos esse momento para tentar nos conectar digitalmente. Naquela época, a Hooks trouxe profissionais da área da psicologia para Lives no perfil do Instagram, onde discutíamos esse momento trágico de nossa história e como poderíamos superá-lo juntos. Nas transmissões ao vivo, também contamos com profissionais de moda, beleza, cuidados com a pele e até especialistas em filmes e séries, tudo para entreter nosso público, que estava aflito.

4. Como fundador, quais são os principais marcos e conquistas que se destacam para a Hooks Magazine ao longo dos últimos quatro anos?


Pessoalmente, foi minha superação em relação a várias questões. Há três anos, fiquei doente com crises de pânico devido a um esgotamento no trabalho. Naquela época, eu trabalhava até altas horas, chegando a ficar até às 20 horas sem parar. Porque quando você tem algo tão único em suas mãos, como é a Hooks Magazine para mim, você quer fazer de tudo para que alcance outras pessoas o tempo todo. No entanto, depois de receber tratamento psicológico, aprendi que tudo tem seu tempo. Nos anos em que a Hooks está no mercado da moda, já alcançou grandes marcos, que há 12 anos atrás eu nem imaginava. A revista Hooks colaborou com grandes nomes do mundo da moda, o que é muito gratificante. Dua Lipa, Lil Nas X, Kendall Jenner, Kat Graham e muitos outros artistas internacionais já estiveram presentes na Hooks. Cobrimos presencialmente inúmeras Fashion Weeks ao redor do mundo, contando com nossos parceiros oficiais da revista. E não posso esquecer os marcos digitais; em 2024, a Hooks alcançou a marca de 704 mil seguidores no Instagram e 1 milhão e 100 mil seguidores em suas duas contas do TikTok. Além disso, os vídeos da revista acumulam mais de 32 milhões de curtidas.


5. Com parcerias em mais de 30 países, quais desafios e sucessos você encontrou ao estabelecer colaborações globais com empresas e artistas?


O maior desafio, com certeza, foi o idioma e também a cultura. Eu amo muito o meu país, o Brasil, mas para estabelecer conexões ao redor do mundo, muitas vezes precisei ocultar isso. Infelizmente, para muitos países, o Brasil é considerado um local em "desenvolvimento". No entanto, já realizamos negócios em idiomas que vocês nem imaginam, até em russo já nos viramos, mas claro, com a ajuda do mundo digital, essas conexões ficaram mais "fáceis".

6. A Hooks Magazine é reconhecida por seu compromisso em fornecer conteúdo factual em vez de fofocas. Como você mantém esse compromisso no cenário do jornalismo de moda?


Bem, nós somos uma revista de moda e entretenimento. Você pode pegar como referência a maior revista de todos os tempos, a "Vogue". Você a vê publicando fofocas de famosos? Essas "fofocas", na maioria das vezes, nem são confirmadas, e jornalismo é pesquisa e comprovação de fatos, não especulação. O propósito da Hooks é levar um mundo que muitas vezes só chega para uma elite muito privilegiada até as pessoas em geral, que gostam de acompanhar as tendências, os eventos, os lançamentos. A Hooks trata-se de arte, design, moda e verdade.

7. Na sua carreira com certeza existem pessoas que te inspiraram e que te apoiam, gostaria de agradecer em especial a alguém?


Com certeza, sabe, eu cresci em uma família cristã, com pais amorosos. Claro que tivemos problemas na minha adolescência com minha sexualidade, mas tudo teve um propósito final. Gostaria de deixar meus agradecimentos especiais para meu pai Paulo, minha mãe Rosa, meu irmão Jackson, que foi minha companhia de vida desde pequeno e sempre me apoiou, e à minha cunhada, que fez parte da minha vida desde criança também. Nesse caminho, tive pessoas especiais que me ajudaram nesse mundo da moda. Agradeço a Evely Oliveira, uma amiga e parceira que esteve comigo nos momentos mais difíceis de choros e crises. Sou grato por uma amiga de muitos anos, que me ensinou muita coisa, chamada Chris Preta. A amigos que me apoiaram desde o colégio, Alessandra Bergamaski e Gizah Tissot, amo vocês como irmãs! A amigos que o destino foi tirando da minha trajetória, mas pelos quais sou grato, Marcos, Lucas e outros, vocês sabem quem são, haha.
Obrigado especial, hoje em dia, ao Matheus Lopes, que é o atual diretor comercial da Hooks; esse cara mudou a história da revista! Então, agradeço de coração; sempre serei grato.
Depois de chorar um pouco escrevendo esses agradecimentos, vou me despedir agradecendo a essa linda homenagem da revista! Não consegui colocar todos meus agradecimentos aqui, mas se você sabe que esteve comigo, saiba que sou grato!




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