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No Dia da Visibilidade Trans, Marcela Porto relembra transfobia de ex-affair

"Com os amigos fingiu que não me conhecia e se uniu a eles para zombar de mim"



A caminhoneira trans também foi passou por uma situação humilhante na academia



Neste sábado, 29, é celebrado o Dia da Visibilidade Trans- data criada em 2004 pelo Ministério da Saúde após a divulgação da campanha “Travesti e Respeito”, em reconhecimento à dignidade desta população. Para lembrar o dia, Marcela Porto, conhecida como Mulher Abacaxi, protagonizou um ensaio com um look com as cores da bandeira trans.




"O Brasil é o país que mais mata trans no mundo. Também sofremos com o desemprego e com a exclusão da sociedade.  Por isso, a data é tão importante", afirma.



Marcela também relata alguns casos de transfobia que sofreu.



"Um deles, foi um rapaz, faz anos isso, mas me marcou. Nós estávamos tendo uma relação amorosa. Só que um dia em uma loja de conveniência de um posto de gasolina, encontrei ele com uma turma. Acho que eles estavam indo para uma balada. Com os amigos, fingiu que não me conhecia e se uniu a eles para zombar de mim. Ficaram rindo. Sei que não deveria ter ficado quieta, mas aquilo me doeu tanto, que fiquei sem reação. Depois ele ainda me ligou, mas eu nem atendi", recorda.



A empresária diz que este nem foi o caso que mais mexeu com ela. Ela pediu roupas emprestadas para tirar fotos, mas na hora de pegar as peças, foi vítima de preconceito. 




A mulher do dono da academia que eu malhava, uma pessoa finíssima, ela é personal trainer, influenciadora digital e tinha uma uma loja de roupas femininas. Eu falei com ela que estava precisando de umas roupas de academia novas pra fazer fotos.  Aí pedi parceria. Ela disse que faria e adorou a ideia. Marquei fotógrafo, escolhi as roupas com ela, mas eu fui lá na academia, ela não estava. Então, ela falou para pegar com o marido dela. Quando fui falar com o dono da academia, ele disse que as roupas não eram meu perfil. Falei, como assim? Ele respondeu: a gente não pode fazer parceria com você,  emprestar as roupas pra você tirar as fotos e devolver, porque a loja não é o seu perfil. Fiquei dias chorando, porque eu fiquei tão sem graça, fui tão empolgada.... e passei por isso. Fiquei até com vergonha de contar para os outros", relembra. 



Foto Samuel Rodrigues 

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