Por: Evely Oliveira
Conheça Vinny Reus, brasileiro, atualmente residindo nos EUA.
O perfil do Vinny chegou até nós por conta de seu conteúdo sobre maquiagem, e no fim acabou se tornando algo muito mais agregador por se tratar de um tema TABU. Muitas vezes, por conta da insegurança, acabamos deixando de lado essas questões tão importantes, principalmente nos dias de hoje.
Com a influência da internet, que tem o poder de impactar vidas tanto para o bem, quanto para o mal, se não for canalizado de forma correta.
Pesquisas sobre a influência da mídia na saúde mental revelam que os efeitos do consumo de Internet podem ser prejudiciais à estabilidade emocional e, nos casos mais extremos, gerar práticas danosas à integridade da vida. Nesse sentido, tal tema demanda mais reflexão, para que as pessoas possam desfrutar dos benefícios da web, mas sem colocar a vida em risco.
Recentemente, um estudo da plataforma Scielo/USP avaliou a influência das mídias sociais no desenvolvimento da ansiedade e depressão em estudantes de medicina. Os resultados foram esclarecedores e exigem atenção especial para reduzir os danos da utilização excessiva da Internet.
Tal estudo revelou que os efeitos do consumo descontrolado de redes sociais não se limitam somente ao gasto de um tempo que poderia ser dedicado a outras tarefas. Mais do que isso: se não tratada, a adição às redes resulta em prejuízos emocionais e significativos.
Somado a isso, a intrínseca relação entre redes sociais e saúde mental pode aumentar a vulnerabilidade aos seguintes problemas:
impulsividade;
ansiedade excessiva;
transtornos de humor;
consumo de substâncias;
hostilidade e comportamento agressivo;
transtorno de déficit de atenção e hiperatividade;
solidão, baixa autoestima e tendência a atitudes suicidas.
Com base nesses dados percebemos o quanto precisamos falar mais sobre o assunto , para que possamos impactar mais pessoas que já estão tão imersas nesses sentimentos e que se sentem sozinhas, e muitas vezes não entendem o por que tais sentimentos estão vindo à tona. E sabendo identificar, fica menos assustador procurar um profissional para ajudar.
Você não está sozinho.
Preparei cinco questões para o Vinny para que possamos conhecê-lo melhor e quem sabe nos identificar de alguma maneira.
1- O que te levou a buscar uma vida fora do Brasil, e como foi e está sendo sua adaptação?
Desde muito novo, sempre tive o sonho de aprender outra língua. Estudar em outro país. De inicio foi muito difícil me adaptar porque passei por coisas terríveis no meu primeiro ano. Hoje já me sinto super americanizado, aliás me mudei para cá com 17 anos.
2- Qual foi o momento em que soube estar fazendo a coisa certa?
Logo após meu primeiro ano vivendo aqui, eu me mudei e pude ter uma liberdade que desde criança sempre sonhei em ter. Ao encontrar a liberdade eu consegui enxergar que estava no caminho certo.
3- Amamos seu conteúdo sobre maquiagem! Conte mais sobre o que te move e moveu a seguir esse caminho?
Maquiagem para mim sempre foi um ato de expressão. Eu amo o poder que a maquiagem te dá para se expressar de maneiras infinitas. Meu trabalho se tornou mais comercial assim que eu trouxe a maquiagem para as plataformas e precisei me adaptar em meio a tantas pessoas.
4- Percebemos que você posta bastante conteúdo sobre ansiedade e como ela pode impactar através das redes sociais.
Sim. Eu sofro de ansiedade desde minha infância e nunca vi muitas pessoas falarem a respeito. A internet me machucou muito e gerou problemas em relação a minha saúde mental e física. Por isso acho que o tema deveria ser tratado com urgência.
5- E por último mas não menos importante, qual é a sua voz? O que você gostaria de dizer para o mundo?
A voz de socorro. Precisamos urgentemente falar sobre a saúde mental de todas as crianças e adolescentes por decorrência da internet.
Trabalhar com internet sempre foi um sonho de infância. Trabalhei duro e incansavelmente para ganhar respeito e reconhecimento e mesmo assim não foi o suficiente. Critica, inveja, fofoca, pessoas te passando a perna e humilhação são algumas das coisas que vão estar no caminho. Eu sempre fui muito forte, mas nunca tive uma saúde mental 100%.
Com o tempo eu comecei a abordar mais e mais a saúde mental, respeito e assuntos ligados a esse tema. Profissionalmente falando foi horrível, meus números caíram e como eu já tinha em mente, as pessoas não estavam prontas para falar sobre isso a não ser que seja setembro amarelo, único mês onde todos aparentam se importar.
De coração partido me encontro sem trabalhar no momento. Tive que decidir entre a carreira ou minha saúde mental e pela primeira vez, me coloquei na frente. Internet pode ser um lugar terrível, uma das maiores causas de ansiedade nos dias de hoje.
Eu recebia muitas mensagens que falavam “Meu sonho é ser você” ou “Meu sonho é trabalhar no seu ramo” e me cortava o coração, principalmente em saber que essas mensagens vinham de crianças. Crianças que são expostas a internet, onde criam inseguranças com o corpo, vestuário e a vida que tem. Todos “seguem o baile”, copiando uns aos outros e competindo para ver quem tem mais números, amigos e dinheiro, e eu sei disso pois eu era um.
Redes sociais podem parecer inofensivas, mas muitos usuários não são preparados psicologicamente para cobrança de vida perfeita que a internet impõem na sua cabeça.
Com todo respeito a todos os que trabalham nesse ramo porque não, não estou atacando vocês e sim cobrando para que todos comecem a ser mais verdadeiros. Mostrar a imperfeição do ramo, a cobrança e começar a falar mais sobre a saúde mental dos milhares de usuários que diariamente se perdem com os pensamentos ruins e negativos que a internet planta na cabeça de cada um.
Desde muito novo eu sofri as consequências da internet, sempre me cobrei para me encaixar dentro de um padrão físico e de estilo de vida que são impossíveis de atingir. Me cobrava de não ter um físico padrão como todos a minha volta, ficava ansioso toda festa que ia, pois eu nunca me senti confortável e seguro. Eu cresci baseando a minha vida nisso, Foram 20 anos, mas finalmente eu consegui enxergar o dano que a internet me causou e hoje me encontro melhor a cada dia e uma versão de mim que eu não conhecia antes e eu te encorajo a tentar conhecer a SUA versão fora desse mundo online.
Eu não odeio as redes sociais, eu só acho que elas poderiam ser usadas de uma maneira mais saudável, saudável para todas aquelas crianças e adolescentes que diariamente se afundam em inseguranças e se entopem de rótulos. E que essas crianças possam ter a chance de ter uma vida boa, uma vida onde eles decidem quem eles são e não se deixam levar pela onda de cobranças de uma vida perfeita que não existe.
Deixamos aqui o contato da Psicóloga com ênfase em Psicanálise Soraya Hamdar Arceno. Caso você precise conversar, ela está aberta a lhe ajudar @psico.sorayarceno
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Meet Vinny Reus, Brazilian, currently residing in the USA.
Vinny's profile reached us because of his makeup content, and in the end it became something much more aggregating because it is a TABU theme. Often, due to insecurity, we end up ignoring these important issues, especially nowadays.
With the influence of the internet, which has the power to impact lives for both good and evil, if not channeled correctly.
Research on the influence of the media on mental health reveals that the effects of Internet consumption can be detrimental to emotional stability and, in the most extreme cases, generate practices that are harmful to the integrity of life. In this sense, this theme requires more reflection, so that people can enjoy the benefits of the web, but without putting their lives at risk.
Recently, a study by the Scielo / USP platform evaluated the influence of social media on the development of anxiety and depression in medical students. The results were illuminating and require special attention to reduce the damage from excessive use of the Internet.
Such a study revealed that the effects of uncontrolled consumption of social networks are not limited to spending time that could be devoted to other tasks. More than that: if left untreated, the addition to the networks results in significant and emotional losses.
In addition, the intrinsic relationship between social networks and mental health can increase vulnerability to the following problems:
impulsivity;
excessive anxiety;
mood disorders;
substance use;
hostility and aggressive behavior;
attention deficit hyperactivity disorder;
loneliness, low self-esteem and tendency to suicidal attitudes.
Based on this data, we realize how much we need to talk more about the subject, so that we can impact more people who are already so immersed in these feelings and who feel alone, and often do not understand why such feelings are coming up. And knowing how to identify, it is less frightening to look for a professional to help.
You are not alone.
I prepared five questions for Vinny so that we can get to know him better and who knows how to identify us in some way.
1- What led you to seek a life outside of Brazil, and how was your adaptation?
From a very young age, I always dreamed of learning another language. Study in another country. At first it was very difficult to adapt because I went through terrible things in my first year. Today I already feel super Americanized, in fact I moved here when I was 17 years old.
2- What was the moment when you knew you were doing the right thing?
Right after my first year living here, I moved and I was able to have a freedom that I always dreamed of having since I was a child. When I found freedom, I was able to see that I was on the right path.
3- We love your makeup content! Tell us more about what moves you and moved you along that path?
Makeup for me has always been an act of expression. I love the power that makeup gives you to express yourself in infinite ways. My work became more commercial as soon as I brought makeup to the platforms and I had to adapt to so many people.
4- We realize that you post a lot of content about anxiety and how it can impact through social networks.
Yes. I have been suffering from anxiety since my childhood and I have never seen many people talk about it. The internet hurt me a lot and created problems regarding my mental and physical health. So I think the topic should be dealt with as a matter of urgency.
5- And last but not least, what is your voice? What would you like to say to the world?
The help voice. We urgently need to talk about the mental health of all children and adolescents due to the internet.
Working with the internet has always been a childhood dream. I worked hard and tirelessly to gain respect and recognition, and even then it was not enough. Criticism, envy, gossip, people beating you and humiliation are some of the things that will be on the way. I was always very strong, but I never had 100% mental health.
Over time I started to address more and more mental health, respect and issues related to this topic. Professionally speaking it was horrible, my numbers dropped and as I already had in mind, people were not ready to talk about it unless it's yellow September, the only month where everyone seems to care.
With a broken heart I find myself without working at the moment. I had to decide between my career or my mental health and for the first time, I put myself in the front. Internet can be a terrible place, one of the biggest causes of anxiety these days.
I received many messages that said "My dream is to be you" or "My dream is to work in your field" and it broke my heart, especially knowing that these messages came from children. Children who are exposed to the internet, where they create insecurities about their bodies, clothing and the life they have. Everyone "follows the dance", copying each other and competing to see who has the most numbers, friends and money, and I know that because I was one.
Social networks may seem harmless, but many users are not psychologically prepared to charge for the perfect life that the internet imposes on their heads.
With all due respect to everyone who works in this field, why not, I am not attacking you, but I am demanding that everyone start to be more truthful. Show the imperfection of the branch, the collection and start talking more about the mental health of the thousands of users who daily get lost with the bad and negative thoughts that the internet plants in each person's head.
Since I was very young I suffered the consequences of the internet, I have always tried to fit myself into a physical and lifestyle pattern that are impossible to achieve. I charged myself not to have a standard physique like everyone around me, I was anxious every party I went to, because I never felt comfortable and safe. I grew up basing my life on it, It was 20 years, but finally I was able to see the damage that the internet caused me and today I find myself better every day and a version of me that I didn't know before and I encourage you to try YOUR version out of that online world.
I don't hate social networks, I just think they could be used in a healthier, healthier way for all those children and teenagers who daily sink into insecurities and become clogged with labels. And that these children can have the chance to have a good life, a life where they decide who they are and do not get carried away by the wave of demands for a perfect life that does not exist.
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