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Heloisa Guimarães: presença, precisão e o renascimento de uma mulher que transforma seus próprios ciclos

‘ITALY’ EDITION COVER - DECEMBER 2025 ISSUE

Heloisa Guimarães: presence, precision, and the rebirth of a woman who transforms her own cycles
Photo: @renatomoretti_ / Production: @bieljobs

A edição ITALY da Hooks Magazine apresenta Heloisa Guimarães em uma capa que traduz o espírito da moda italiana. A imagem revela sensualidade precisa, elegância gráfica e uma estética que valoriza a força do corpo, a forma e a atitude. Fotografada em estúdio, Heloisa surge com impacto e serenidade ao mesmo tempo. A atmosfera é construída pela direção de arte, pela luz e pela postura. A foto evidencia a mulher que existe por trás da imagem.


Em sua entrevista, Heloisa compartilha um momento especial. Este mês ela comemora seu aniversário em St. Moritz, um destino que carrega simbolismos profundos. “O Natal traz aquela energia de pausa, de olhar pra trás e agradecer, e a neve já anuncia o novo, o recomeço”, conta. Cercada por silêncio, frio e montanhas brancas, ela sente que está exatamente no lugar em que deveria estar.


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Depois disso, segue para Courchevel para celebrar o aniversário de uma amiga. Para Heloisa, essas viagens de esqui representam leveza, conexão e reencontro consigo mesma. “O esporte é meu reset mental”, afirma. Em meio a uma rotina cheia de projetos, compromissos e viagens, é no esforço físico que ela encontra clareza e liberdade.


Yoga, pilates e o corpo como centro emocional


Mesmo vivendo entre cidades, aeroportos e agendas intensas, Heloisa mantém uma disciplina diária sólida. São duas horas de yoga e pilates que se tornam seu fio terra, sua base emocional e física. “Se eu não cuidar da minha base, tudo desmorona”, revela.


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Ela enxerga esse hábito como um ritual de autoconsciência. É o momento em que desperta o corpo, organiza pensamentos e se prepara para o ritmo forte de sua vida em Milão.


Milão e o estilo de vida que provoca e inspira


Morando em Milão, Heloisa encontrou uma cidade que desafia e inspira. Ela conta que a estética milanesa encanta pela precisão e pelo movimento contínuo. Pessoas que acordam cedo, trabalham muito, cuidam da saúde e se vestem com elegância prática. Nada é teatral. Cada escolha da cidade tem propósito e ritmo.


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Esse estilo de vida influenciou sua forma de pensar e agir. “Aqui é permitido sonhar grande e também esperado trabalhar duro por isso”, diz. Milão a fez abraçar ambição com refinamento e velocidade com propósito.


Raízes italianas como estrutura emocional


Com descendência italiana e passaporte europeu, Heloisa carrega suas raízes como um espaço de pertencimento afetivo. Mesmo sendo brasileira de alma, sente que sua estrutura tem muito da Itália. Essa combinação lhe dá segurança e coragem para explorar o mundo. “Me ensinou que posso construir minha vida em qualquer lugar”, afirma.


Moda consciente, afeto e o valor do artesanal


Heloisa fala de sustentabilidade de forma prática e sensível. Separar o lixo é uma obrigação na Itália, mas o que ela considera essencial é outra coisa. Ela gosta de doar roupas e acredita na continuidade das histórias que cada peça carrega.


“Sustentabilidade é usar o mundo sem exaurir o mundo. É estilo com responsabilidade.”

Ela também tem uma conexão afetiva com o trabalho artesanal. Sua mãe faz fuxico, e Heloisa adora comprar crochês feitos por senhorinhas de sua cidade natal. Para ela, unir peças de luxo com itens feitos por mãos reais cria um estilo que tem alma.


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Confira agora entrevista exclusiva com Heloisa Guimarães: 


Este mês você comemora seu aniversário em meio a viagens especiais. Como é celebrar essa data em St. Moritz, unindo Natal, neve e um lugar tão marcante para você?


Celebrar meu aniversário em St. Moritz é quase simbólico. O Natal traz aquela energia de pausa, de olhar pra trás e agradecer, e a neve já anuncia o novo, o recomeço. Eu sempre fui muito movida por ciclos. Estar ali, cercada de montanhas brancas, é como se o universo dissesse: “você está exatamente onde deveria estar”. É uma comemoração íntima, mesmo com o mundo ao redor — e eu amo isso.


Logo em seguida, você parte para Courchevel para o aniversário de uma amiga. O que essas duas viagens de esqui representam na sua vida e por que os esportes têm um papel tão forte no seu dia a dia?


Essas viagens representam leveza e conexão. Depois de um ano intenso, estar com pessoas que eu amo, em lugares que me fazem bem, é quase terapêutico.
E o esporte… ele me lembra quem eu sou quando tiro todas as camadas. Esquiando, treinando, suando — ali não existe rótulo, profissão, aparência ou identidade pública. Só eu, presente e viva. O esporte é meu reset mental, meu lugar de liberdade.

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Você mantém uma rotina intensa de yoga e pilates, praticando duas horas por dia. Como essa disciplina influencia seu bem-estar e sua energia para encarar uma vida corrida em Milão?


Yoga e pilates são meu fio-terra. Minha vida tem ritmo forte — trabalho, viagens, amigos, estudos, projetos. Então, se eu não cuidar da minha base, tudo desmorona.
Essas duas horas não são luxo — são sobrevivência emocional. Quando eu treino, eu acordo minha força física, clareio minha cabeça e me reencontro. É o meu ritual para poder lidar com o mundo sem perder de vista quem eu sou.


Por falar em Milão, como é viver em uma cidade tão dinâmica, ligada ao design e cheia de inspirações? O que mais te encanta no estilo de vida milanês?


Milão não deixa ninguém acomodar. A cidade cutuca, desafia, provoca. Todo mundo está criando, projetando, apostando em algo — inclusive você.
O que mais me encanta é a estética do movimento: o milanês acorda cedo, trabalha muito, se cuida, se veste bem e tem uma elegância prática, nada teatral. Não existe ostentação exagerada, existe precisão — e eu admiro isso. Ao contrário do estereótipo, o milanês não janta tarde. A gente janta cedo porque os restaurantes fecham cedo. A cidade é intensa, mas funcional. Tudo tem ritmo.
Viver em Milão me fez abraçar essa dinâmica: ambição com refinamento, velocidade com propósito. Aqui é permitido sonhar grande — e esperado trabalhar duro por isso. E eu me sinto muito em casa nesse equilíbrio.


Você também tem uma forte conexão com suas raízes italianas e até o passaporte italiano. De que forma essa descendência impacta quem você é hoje e suas escolhas pelo mundo?


Minha descendência italiana sempre foi um porto invisível. Eu amo viajar, amo o mundo, mas nunca me sinto totalmente deslocada porque existe um lugar onde meu sobrenome, meu rosto e meu jeito fazem sentido.
Essa raiz me deu coragem. Me ensinou que eu posso construir minha vida em qualquer lugar, que pertencimento pode ser múltiplo. Hoje, eu me sinto brasileira de alma e italiana de estrutura — e não quero ter que escolher.


Sua consciência ambiental aparece em hábitos muito concretos, como separar o lixo e abandonar absorventes descartáveis. O que despertou essa mudança e como você enxerga seu papel em práticas mais sustentáveis?


Separar o lixo na Itália é lei — então é o básico. O que carrego como escolha pessoal é outra coisa: eu gosto de doar minhas roupas. Já fiz muitas doações na minha cidade, para pessoas próximas. Eu acredito no repasse. Se uma roupa fez parte da minha história, ela pode continuar vivendo na história de outra pessoa.
Muita gente ainda acha que sustentabilidade é coisa de “hippie de crochê”. Eu não vejo assim. Pra mim, sustentabilidade é inteligência: é usar o mundo sem exaurir o mundo. É estilo com responsabilidade.
E eu também tenho um lado afetivo com moda artesanal. Minha mãe costura com fuxico, e isso sempre fez parte da minha vida. Quando volto pra minha cidade natal, eu adoro comprar peças feitas por vovozinhas que fazem crochê. Moda feita por mãos reais tem alma — e misturar isso com peças de luxo é, pra mim, o auge do estilo.

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