Confira entrevista com a empresária Jani Vitorino.
Foto Moises Pazianotto
-Como é estar a frente deste projeto ( Confraria) que é especialmente voltado para as mulheres ?
É muito bacana e desafiador fazer parte do projeto da Confraria.
Estar com mulheres tão incríveis e que tem tanto para contribuir intelectualmente, através do crescimento pessoal e profissional, partindo para novas conquistas e novas amizades.
Já temos cases na Confraria de mulheres que estão fazendo novos negócios, conexões ou amizades e esse é o nosso propósito, unir nossas forças .
-O que há de mais especial em ser mulher?
É a polivalência da mulher, essa capacidade que a mulher tem de assumir muitas tarefas e desempenha-las com excelência.
Sejam tarefas domésticas em suas casas, com seus filhos, com suas famílias, com seus maridos ou com seus trabalhos.
A mulher é capaz de assumir tudo isso e ser multitarefa, uma capacidade que muitos homens não possuem.
Admiro muito isso nas mulheres, essa característica especial da polivalência.
-Quais são as principais dificuldades enfrentadas no dia a dia, sejam no campo pessoal ou no profissional?
É difícil conciliar vida profissional e pessoal, cada uma de nós sofre um certo tipo de cobrança seja dos maridos da família ou da sociedade, todos esperam que sejamos ótimas esposas, mães dedicadas e excelentes profissionais.
Acho que o mais difícil é conseguir conciliar tudo isso, e profissionalmente conquistar o nosso espaço e respeito.
Existe ainda muito preconceito mas eu acredito que esta será a última geração marcada pelas desigualdades entre homens e mulheres.
As mulheres só precisam de espaço para mostrar a competência e seu propósito.
-Para alcançar mudanças e reverter esse quadro desfavorável, as mulheres precisam assumir o controle da situação?
Sim, a mulher precisa estar no controle.
Muitas vezes nós mulheres precisamos ser melhores do que os homens para sermos iguais.
Então como revertemos isso?
Controlando o nível cultural, isso está em nossas mãos, através do nosso nível de escolaridade e da nossa dedicação ao trabalho e a partir do controle das coisas que nos fazem felizes.
Por exemplo, se o que faz você feliz é estar de bem com seu corpo então controle sua alimentação, controle o nível de exercício que você vai fazer. O segredo é controlar aquilo que esta ao nosso alcance.
Não temos o controle sobre a sociedade machista, mas temos força para lutar contra o machismo, temos o controle sobre a nossa capacidade para se provar.
-O termo “empoderamento feminino” tem sido bastante utilizado atualmente. Qual o significado dele para você?
O significado é a mulher ter de fato o poder.
Poder de decisão, poder de eleger um governante, poder de escolha, poder de compra de bens de consumo. Em casa a mulher, deve ter o poder também de decidir o futuro dos seus filhos e o poder de ser o que bem entender.
Na minha opinião a expressão, empoderamento, já esta um pouco saturada, algumas pessoas já não aguentam mais ouvir sobre isso, mas de fato as mulheres querem poder, querem ter liberdade e querem serem respeitadas.
Poder que traz respeito, poder que traz orgulho de si própria.
-Acredita que um dia teremos a igualdade de gêneros em todos os aspectos sociais e econômicos?
Com certeza, eu acredito que essa é a última geração na qual não temos igualdade de gêneros.
Nós mulheres da nossa geração seremos responsáveis pela conquista do fim da desigualdade de gêneros, vamos fazer a desigualdade ficar para história.
Também no âmbito econômico e profissional essa é a última geração desigual.
Acredito que na geração da minha filha por exemplo já não haverão discussões sobre desigualdade e espero que isso nem passe pela cabeça dela.
-Você sempre se sentiu confiante para ir em busca dos sonhos?
Sempre tive bastante confiança desde criança e isso me ajudou a chegar longe.
Muitas vezes senti medo mas fui com medo mesmo e aí quando dá certo você percebe que aquele medo só estava te atrapalhando e em uma próxima você aprende a lição.
Então a confiança é um ativo muito importante e quem não tem, deverá dar um jeito de desenvolver seja até mesmo por terapia.
-Na sua trajetória até aqui, alcançou conquistas que antes nem faziam parte dos seus planos? Foi preciso se reinventar?
Eu cheguei mais longe do que eu imaginava e o tempo todo eu me reinvento.
Hoje através das redes sociais mostramos somente aquilo que é bacana, até porque ninguém quer ficar se lamentando e chorando nas redes, mas a gente precisa ter cuidado e entender que tudo na vida é difícil, que a grama do vizinho não é mais verde que a sua.
Precisamos estar muito cientes e preparados para as dificuldades da vida e para se reinventar a todo momento, não podemos fazer a mesma coisa, ainda mais no momento que a gente vive onde tudo é muito ágil, se fizermos a mesma coisa o tempo todo seremos atropelados, então se reinvente todo o tempo.
-O quanto os padrões de beleza podem ser cruéis com as mulheres?
Podem ser muito, mas as mulheres precisam ser mais autoconfiantes.
A autoconfiança é uma ferramenta muito poderosa, eu vejo muitas mulheres lindíssimas com sucesso e com a autoestima baixa.
Quantas mulheres eu vejo que não são tão bonitas mas elas se tornam bonitas, elas se tornam mais competentes porque confiam no seu poder.
Então, o que a mulher precisa é ter autoconfiança, saber o seu valor e focar no que é importante.
Se ela não é tão bonita ela pode ser inteligente, se ela não é inteligente ela pode ser gentil e por aí vai, ela precisa encontrar o valor dela e focar no que ela tem de melhor.
Conheça mais sobre Jani Vitorino acessando o Instagram .
@jani.vitorino
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