Draw Clout - Moda, comunidade e propósito em ritmo constante
- Matheus Hooks/ Editor-In-Chief
- 7 de ago.
- 5 min de leitura
Atualizado: 11 de ago.

Em um cenário onde muitas marcas falam alto para serem ouvidas, a Draw escolhe a sutileza. Fundada em 2022 por Gabriel Lopes, a marca nasceu do desejo de expressar um estilo de vida que une estética, movimento e autenticidade. Desde o início, a Draw não se propôs a seguir tendências, mas a construir uma narrativa pessoal e atemporal.
Com inspirações que vão do charme industrial do SoHo londrino ao universo dos esportes vintage dos anos 2000, a Draw traduz vivências e memórias em peças minimalistas, com forte carga simbólica. Cada camiseta, por exemplo, carrega um pouco das referências visuais e dos desejos do próprio fundador, que cresceu assistindo a partidas de futebol, corridas de Fórmula 1 e às Olimpíadas.

Gabriel conta que nunca tentou criar algo para agradar o mercado. A ideia sempre foi vestir, de forma honesta, o modo como ele enxerga o mundo. Essa verdade no processo acabou criando uma conexão natural com um público que compartilha dos mesmos códigos e valores. Jovens criativos, urbanos, apaixonados por esporte e por peças que falam baixo, mas dizem muito.
Hoje, as camisetas da marca são mais do que peças básicas. São símbolos de identidade e pertencimento. A estética da Draw é limpa, mas nada é deixado ao acaso. Cada cor, corte ou composição carrega intenção e propósito. Segundo Gabriel, a pergunta que norteia toda nova criação é simples. “Daqui a dez anos, eu ainda usaria isso?” Se a resposta for sim, a peça entra no portfólio.

Essa busca pela atemporalidade se conecta a outra faceta importante da marca. A Draw não quer apenas vestir. Ela quer viver junto. Foi assim que surgiu o Fashion Run Club, um grupo de corrida gratuito que reúne pessoas interessadas em bem-estar, performance e estilo de vida. Os encontros mensais no Rio de Janeiro já se tornaram parte do calendário de quem acompanha a marca de perto. Mais do que uma ação, o FRC virou um movimento. Um lugar de encontro entre quem corre, se cuida e se inspira.
Gabriel revela que a ideia do clube de corrida surgiu enquanto ele desenvolvia uma estampa. A reflexão sobre o movimento e a rua levou ao desejo de criar uma experiência real com a comunidade da marca. O resultado foi um sucesso orgânico, que uniu moda, saúde e coletividade. A Draw deixou de ser apenas uma marca para se tornar também uma plataforma de conexões.

Mesmo com operação exclusivamente online pelo site oficial, a Draw tem alcançado públicos fora do Brasil. A identidade visual clara e o storytelling bem construído fazem com que a marca dialogue com pessoas em qualquer parte do mundo. Para Gabriel, isso acontece porque os códigos que compõem a Draw são universais para quem vive com propósito, gosta de design e valoriza o autocuidado.
Em agosto de 2025, a Draw completa três anos de existência. A data será marcada por um evento especial que celebra a trajetória da marca, reforça sua ligação com a comunidade e aponta para os próximos passos. Entre eles estão a expansão do Fashion Run Club para outros estados e países, o lançamento da primeira colaboração da marca e o início dos envios internacionais.

Entrevista com Gabriel Lopes:
1. Desde o lançamento da Draw em 2022, a marca tem se destacado por uma estética que cruza o streetwear conceitual com o lifestyle esportivo. Como você enxerga a evolução dessa identidade visual ao longo desses três anos?
Pra ser sincero, foi algo bem natural. Sempre quis que a marca refletisse a forma como eu vivo e, de algum modo, transmitisse às pessoas as minhas referências visuais, até mesmo os bens materiais que eu tenho como objetivo conquistar um dia. Sempre acreditei que isso, de alguma forma, geraria conexão com as pessoas.

2. A Draw nasceu de referências muito pessoais como o SoHo londrino e os esportes vintage dos anos 2000. Como essas inspirações se transformam em linguagem de produto sem perder autenticidade?
Transformar essas inspirações em produto é quase um processo de tradução. Buscamos sempre capturar a sensação, o estilo de vida por trás dessas referências. Isso nos ajuda até mesmo na construção de campanhas, quando buscamos transmitir o universo do qual estamos falando para a nossa comunidade.

3. O Fashion Run Club é um projeto que extrapola a moda e se conecta com bem-estar, performance e estilo de vida. Como surgiu a ideia de criar essa comunidade e qual impacto você sente que ela tem na relação entre marca e público?
A ideia surgiu num momento em que estávamos buscando formas de materializar a Draw fora do e-commerce, levar a marca pra rua. Queríamos estar mais próximos das pessoas que compram com a gente, e ao mesmo tempo, que elas também pudessem se conectar entre si. Foi justamente nesse período que eu estava desenvolvendo uma estampa de camiseta, e me deu um estalo de que, isso poderia virar justamente o movimento que eu estava procurando. Assim, nasceu a FRC, como uma extensão natural da marca, onde une moda, estilo de vida, performance, conexão e bem-estar.

4. Em tempos de excesso visual, a Draw aposta no minimalismo e na atemporalidade. Como você encara o desafio de criar desejo com peças que, à primeira vista, parecem falar baixo?
Ser minimalista e atemporal sempre foi um desejo nosso. Algo que sempre nos perguntamos ao criar uma peça é: “daqui a 10 anos, eu usaria essa camiseta?” Se a resposta for sim, seguimos em frente. Acreditamos que o desejo nasce da identificação, do pertencimento e da clareza estética. Esse é o verdadeiro desafio nos tempos de hoje, em que se vê muito a tentativa de chamar atenção a qualquer custo.

5. A Draw é uma marca brasileira com DNA global. Como é pensar em design e comunicação que dialoguem tanto com o público local quanto com uma audiência internacional?
Uma coisa que notamos ao longo da nossa trajetória é que, por meio da nossa comunicação visual (que carrega fortes referências do universo esportivo) conseguimos, de forma natural, furar a bolha local e alcançar pessoas de diferentes partes do mundo. Pensar em design e comunicação com esse olhar nos desafia a sermos autênticos, mas também nos permite nos expressar de uma forma com a qual qualquer pessoa, em qualquer lugar, que compartilhe dos mesmos códigos visuais e valores, consiga se identificar.

6. Com três anos de trajetória e uma comunidade cada vez mais engajada, qual o próximo passo da Draw? Há planos de expansão, colaborações ou novos territórios criativos?
Ainda somos muito novos, enquanto respondo esta entrevista, a Draw ainda nem completou três anos de vida. Mas, com certeza, nossos próximos passos já estão bem definidos! Entre eles, continuar crescendo de forma engajada nossa comunidade, expandir o movimento da FRC para outros estados e países, ampliar nosso leque de produtos, começar a realizar envios worldwide e sem dúvida, lançar a nossa primeira colaboração.