MODA COM IDENTIDADE: OLDSENSE E O MANIFESTO DO CAOS CRIATIVO
- Matheus Hooks/ Editor-In-Chief
- 16 de jun.
- 5 min de leitura

Em um mercado em que a conformidade ainda dita as regras e o “diferente” muitas vezes é marginalizado, a Oldsense surge como um ponto de ruptura e de reconexão com a essência. A marca brasileira, que se aproxima dos quatro anos de trajetória e já soma mais de 32 mil seguidores no Instagram, vem construindo algo muito maior do que coleções de roupas: uma comunidade que se reconhece na liberdade de ser.
A Oldsense nasceu com raízes fincadas no universo da tatuagem old school, e esse DNA rebelde continua forte em cada criação. Mas, com o tempo, o que começou como uma homenagem estética se transformou em algo mais profundo: uma plataforma para a expressão individual, onde arte, autenticidade e provocação se juntam. As estampas — fortes, diretas, por vezes ácidas — são declarações visuais que dizem aquilo que muitas vezes falta coragem para dizer. E é justamente aí que a marca conquista: ao vestir não apenas o corpo, mas ideias, sentimentos e identidades inteiras.

O processo criativo da Oldsense parte sempre de algo vivo: um sentimento urgente, uma inquietação coletiva, uma crítica à norma. Cada coleção nasce com propósito, não como tendência passageira. As inspirações vêm do caos criativo, da arte, da música, das ruas, da cultura tatuada e, principalmente, da própria comunidade que se formou em torno da marca. Ouvir os “oldlovers”, como são chamados os fiéis seguidores da Oldsense, é parte essencial do caminho. Porque ali, mais do que clientes, existem pessoas que compartilham de uma mesma visão de mundo.
Essa conexão também se reflete em cada detalhe das campanhas e da comunicação. Ao contrário de marcas que apenas simulam representatividade, a Oldsense fala com propriedade sobre públicos que historicamente ficaram à margem, como as pessoas tatuadas, que ainda enfrentam preconceito social. E não fala sobre elas, mas com elas, porque vive essa experiência de dentro pra fora. É essa autenticidade que faz com que as campanhas não apenas vendam um produto, mas transmitam verdade.

Manter essa postura autêntica em meio a um mercado que favorece a neutralidade é um ato de resistência, e a Oldsense abraça essa responsabilidade com orgulho. Não se trata de seguir modismos, mas de defender a coragem de ser quem se é, mesmo que isso incomode. Sob o lema de “abraçar o caos criativo”, a marca propõe uma nova forma de se expressar através da moda, onde não há espaço para moldes prontos, apenas para verdades pessoais.
Além da proposta conceitual, a marca também demonstra cuidado com a experiência de quem veste suas peças. A qualidade dos materiais, o conforto, a durabilidade e uma grade de tamanhos realmente inclusiva mostram que estilo e acessibilidade podem (e devem) coexistir. Cada peça é pensada para acompanhar diferentes estilos de vida, com liberdade e representatividade reais — não como discurso de marketing, mas como prática cotidiana.

Confira entrevista exclusiva com a marca:
1. Como surgiu a ideia de criar uma marca que conecta arte, rebeldia e expressão individual?
A Oldsense começou como uma marca bem focada no universo da tatuagem old school. Esse estilo ainda é super presente pra gente, mas hoje aparece de um jeito mais sutil, no conceito por trás de cada estampa, nas referências visuais e na mensagem que queremos passar.
Com o tempo, a marca foi evoluindo e percebemos que o que mais fazia sentido era falar sobre expressão individual, liberdade e autenticidade — usando a arte como canal pra isso. Sempre sentimos falta de roupas que conversassem com quem pensa diferente, que se expressa sem filtro, e quisemos ocupar esse espaço de forma verdadeira.
Foi tudo acontecendo aos poucos, meio que na prática mesmo. A marca virou esse ponto de encontro entre estilo, personalidade e uma forma de ver o mundo.

2. Como é o processo criativo por trás de cada coleção? De onde vêm as inspirações para essas declarações visuais tão fortes?
Nosso processo criativo começa sempre com uma ideia ou sentimento que tá pulsando — pode ser algo que estamos vivendo, observando ou questionando. Partimos de temas que mexem com a gente e que têm potencial de gerar identificação real com quem acompanha a marca.
Não criamos só pela estética. Cada coleção nasce com um conceito por trás, como uma forma de dar forma e expressão a pensamentos que muita gente compartilha. A partir disso, vamos construindo as estampas como declarações visuais — diretas, provocativas, às vezes com humor, mas sempre com intenção.
As referências vêm de vários lugares: do universo da tatuagem, da arte, da música, de comportamentos sociais e, principalmente, da nossa própria comunidade. Muitas vezes, é ouvindo os Oldlovers que surgem os melhores insights.

3. Vocês dão destaque para públicos historicamente marginalizados, como as pessoas tatuadas. Como essa escolha influencia na comunicação e nas campanhas da marca?
Por sermos parte do universo das tatuagens e entendermos na prática o que é estar na pele dessas pessoas, nossa comunicação e campanhas refletem essa vivência real. Conhecemos a história, a cultura e as particularidades desse grupo, o que nos permite criar mensagens autênticas e que realmente dialogam com eles. Isso faz com que nossas campanhas não sejam apenas inspiradas nesse público, mas feitas por quem vive essa experiência, tornando a Oldsense uma marca genuína e conectada.

4. A Oldsense fala muito sobre a importância de abraçar o caos criativo. Em um mercado que muitas vezes favorece a conformidade, como é sustentar essa postura disruptiva e autêntica?
Manter essa postura disruptiva é uma escolha consciente que vem da nossa essência. A gente não busca seguir tendências ou agradar o mercado, mas sim ser fiel ao que acreditamos: que o caos criativo é combustível para a autenticidade. Isso significa desafiar o padrão e estar disposto a incomodar quando necessário. Acreditamos que, no fim, essa coragem atrai uma comunidade que valoriza a liberdade de ser e pensa além da conformidade — e é isso que nos mantém firmes e relevantes.

5. A preocupação com qualidade e inclusão é visível na produção das peças. Como a Oldsense trabalha para garantir que cada coleção atenda a diferentes corpos e estilos de vida?
Qualidade e inclusão foram a nossa prioridade desde o início do processo. Trabalhamos com materiais que garantem conforto e durabilidade, porque acreditamos que uma peça autêntica também precisa ser resistente no dia a dia. Além disso, nossa grade de tamanhos é ampla e pensada para abraçar diferentes corpos, respeitando a diversidade real das pessoas que vestem a marca. Tudo isso é feito para que cada coleção seja acessível e represente diferentes estilos de vida, sem perder a identidade que nos conecta.

6. Em quase quatro anos de história, a Oldsense construiu uma comunidade sólida, os chamados “oldlovers”. O que vocês imaginam para o futuro da marca e dessa relação tão forte com o público?
Queremos continuar fortalecendo essa rede incrível que criamos juntos. A Oldsense nasceu com propósito e verdade, e é isso que queremos manter no futuro: uma marca que cresce sem perder sua essência. Nosso foco está em alcançar mais pessoas que se identificam com essa vibe, ampliando nossa presença em diferentes cantos do Brasil, sempre cultivando uma relação próxima e genuína com quem veste a marca.
